Portugal garantiu a qualificação para a ‘main round’ como segundo classificado do Grupo F da fase preliminar, em Munique, com vitórias frente à Grécia (31-24) e à República Checa (30-27) e uma derrota na segunda-feira com a tricampeã mundial Dinamarca (37-27).
Paulo Jorge Pereira considera que “o jogo da Noruega tem muita transição e corrida”, tal como o da Dinamarca, e que Portugal tudo irá fazer para “tentar contrariar, aguentar e mudar algum detalhe menos conseguido na segunda-feira”.
“Nós aqui temos muito pouco tempo para recuperar e a dificuldade vai aumentando sempre. Vamos ver como é que conseguimos resolver essas dificuldades que temos tido”, explicou à agência Lusa o selecionador.
A preparação da equipa não tem sido fácil, desde as ausências dos lesionados Victor Iturriza, André Gomes, Fábio Magalhães e Daymaro Salina, aos mais recentes casos de fadiga do capitão e central Rui Silva e do pivô Luís Frade.
Paulo Pereira, que aponta como novo objetivo, concretizada a passagem à ‘main round’, o apuramento para o torneio pré-olímpico, adiantou que gostou muito da primeira parte com a Dinamarca e desejou “conseguir manter esse nível mais tempo”.
“Não abdicamos de o perseguir, mas não sabemos o que vai acontecer. Estamos a falar de seleções muito fortes. Noruega, Eslovénia, Suécia e Países Baixos no último jogo. Vamos ver como é que chegamos a esse jogo”, apontou.
O capitão Rui Silva, de 30 anos, do FC Porto, que não defrontou a Dinamarca devido a um traumatismo menor e gestão de esforço, acredita que, na quarta-feira, já possa ajudar a equipa a conquistar os dois pontos no jogo com a Noruega, em Hamburgo.
“Chegámos a uma fase da competição em que só há seleções com muita qualidade. A Noruega tem feito excelentes resultados, mas nós estamos aqui para lutar pela vitória”, disse Rui Silva, acrescentando que “as mazelas não ajudam” e que “o sacrifício faz parte do desporto”.
O guarda-redes Gustavo Capdeville, de 26 anos, do Benfica, que, com Diogo Rêma, de 19, do FC Porto, tem estado em destaque na baliza dos 'Heróis do Mar', espera “um jogo difícil” frente à Noruega, que “luta sempre para os lugares de cima: para o pódio”.
“O jogo com a Dinamarca fez-nos perceber que temos que trabalhar cada vez mais, apesar de já estarmos a um bom nível e que era impensável há alguns anos. Nunca chega e temos que fazer sempre mais e este ‘main round’ é mais uma oportunidade para fazer história”, disse Gustavo Capdeville.
O guarda-redes é mais cauteloso em relação ao elevar o objetivo de participação no Euro2024 ao apuramento para o torneio pré-olímpico rumo a Paris2024. A classificação final da prova atribuirá – descontando as seleções já apuradas - três vagas.
“Pensamos jogo a jogo. Pensamos em vencer a Noruega. Não penso no pré-olímpico neste momento. Nós perdemos algumas peças ao nível defensivo e tivemos que reorganizar outras, mas a equipa está unida”, garantiu Gustavo Capdeville.
O lateral Francisco Costa, de 19 anos, do Sporting, reconheceu que “a seleção vai começar uma nova fase e, apesar de com zero pontos, tem ambição de fazer algo bonito e de poder chegar às meias-finais ou ao jogo de atribuição dos 5.º e 6.º lugares”.
“Vamos ver como é que corre amanhã. Temos um jogo muito importante para nós, com um rival direto e vamos ver como é que corre”, disse Francisco Costa, após a chegada da comitiva lusa a Hamburgo, onde decorre o Grupo II.
Francisco Costa recordou que o objetivo principal era passar à ‘main round’ e “isso foi cumprido com dois bons jogos, com a Grécia e República Checa e que, contra a Dinamarca, já não foi tão bem conseguido”, uma vez que a equipa "não esteve tão bem".
O jovem lateral destacou o central norueguês Sander Sagosen, de 28 anos, considerando-o um dos melhores do mundo, e adiantou que a tarefa de Portugal vai ser difícil, mas a seleção vai entrar com tudo.
“Espero estar ao mais alto nível, mas acho que o mais importante é ajudar a equipa a ganhar. Prefiro estar a um nível razoável e ganhar do que num nível altíssimo e perder”, considerou Francisco Costa.
Portugal, que marca presença pela oitava vez na fase final de um Europeu, terceira seguida, qualificou-se pela terceira vez para o ‘main round’ (2002, 2020 e 2024), sendo que o melhor resultado é o sexto posto alcançado há quatro anos.
Nas edições com 24 seleções presentes (2020, 2022 e 2024), Portugal marca presença pela segunda vez na ‘main round’ (2020 e 2024), ao que soma mais uma, em 2002, quando a competição era disputada por 16 seleções, tendo terminado em nono.
Portugal, que vai acolher a competição em 2028, juntamente com a Espanha e a Suíça, depois de ter sido anfitrião da edição inaugural, em 1994, tem como melhor resultado o sexto lugar alcançado em 2020. Em 2022 terminou em 19.º.