Reveja aqui as incidências do encontro
Privado de Acuña e Montiel, devido a suspensão, e ainda de Papu Goméz, por lesão, Scaloni viu-se obrigado a mexer no onze inicial e no esquema da equipa. Em relação ao encontro com os Países Baixos, dos quartos de final, o selecionador optou por uma linha de quatro defesas, lançando Tagliafico na esquerda e Leandro Paredes no meio-campo, abdicando de Lisandro Martínez.

Por seu lado, Zlatko Dalic manteve a mesma equipa e o mesmo esquema com que ultrapassaram o Brasil, com destaque para as figuras do torneio: Modric e Livakovic. À entrada para este encontro, os croatas somavam 11 jogos sem perder.
Na sexta-feira, as duas formações atuaram 120 minutos e tiveram de recorrer às grandes penalidades para ultrapassar os respetivos adversários. Messi igualou Lothar Mathaus como jogador com mais jogos em fases finais de Mundiais (25) e Modric reencontrou a equipa que defrontou na sua estreia pela seleção croata, nos idos de 2006.
Os primeiros minutos, no entanto, não demonstraram debilidades físicas com muitos duelos travados e um ritmo alto imposto pelas duas equipas. A Croácia priorizou a posse de bola, apostando no ponto forte que é o seu meio-campo, enquanto a Argentina procurava as transições ou, não havendo essa hipótese, baixar o ritmo e entregar a construção a Messi.
Já depois de Enzo Fernández colocar à prova Livakovic com o primeiro remate da partida, a tática de Scaloni começou a surtir efeito: pouco depois da meia hora, Mac Allister lançou Julián Álvarez na profundidade, o avançado entrou na área, desviou o esférico e foi derrubado pela saída do guardião croata.

Grande penalidade assinalada e Messi para converter: com a história à sua frente, o camisola 10 rematou forte e colocado, sem hipótese para os melhores reflexos de Livakovic, e tornou-se no melhor marcador da Argentina em fases finais do Campeonato do Mundo.
Pouco depois, no seguimento de um canto para a Croácia, Álvarez recebeu o esférico no meio campo e arrancou para a baliza adversária. À entrada da área, perante três defesas, foi abençoado com dois ressaltos que o deixaram na pequena área e atirou para o fundo das redes, na cara de um desamparado Livakovic.

A Argentina estava em boa posição para voltar à final da competição e não fechou as contas do jogo logo no primeiro tempo porque o guarda-redes croata brilhou ao defender um cabeceamento de Mac Allister. Uma grande primeira parte da pérola Álvarez que mostrou as suas credenciais na linha de sucessão a Messi.

No regresso dos balneários, Dalic lançou Orsic e Vlasic para os lugares de Sosa e Pasalic - muito apagados no primeiro tempo. Cinco minutos depois, entrou o avançado Petkovic para o lugar de Brozovic, colocando dois avançados na área numa espécie de 4-2-4. Simplificando nas palavras de Quinito: Dalic meteu a carne toda no assador.
O que, claro, abriu espaço no meio-campo e nas costas da defesa croata, algo perigoso com Álvarez e Mac Allister inspiradíssimos. O médio voltou a lançar o avançado com um belo passe pela esquerda, que depois serviu a entrada de Enzo Fernández na área, mas tentou dominar e perdeu o ressalto.
Pouco depois, Messi e Mac Allister combinaram à entrada da área e o 10 rematou para defesa apertada de Livakovic. O jogo acalmou até ao momento de magia que maravilhou todo o estádio ao minuto 70, por quem mais senão Messi?
O astro argentino recebeu o esférico junto à linha lateral, no meio campo, e sem grande espaço para agitar as águas. Porém, como falamos de um dos melhores de sempre, foi galgando terreno perante Gvardiol até entrar na área descaído pela direita, travou a marcha, voltou atrás e convidou para o baile o jovem defesa. Voltou a fugir pela linha final e fez um passe atrasado para Julián Álvarez bisar na partida.
A parceria entre a pulga e a aranha arrumou com as contas da partida e até deu para fazer gestão. Álvarez e De Paul saíram para a entrada de Exequiel Palacios e a estreia Paulo Dybala no torneio.
A 10 minutos do fim, destaque ainda para a saída de Luka Modric, um senhor do futebol que pode ter feito aqui a última participação no Campeonato do Mundo, ao fim de 161 jogos pela seleção croata, um recorde absoluto.
A Albiceleste regressa assim à final da competição, onde vai procurar vingar a geração de 2014 e estabelecer Messi no lugar mais alto do Panteão do futebol mundial. Por outro lado, Lovren, Perisic e, quiçá, Modric ainda podem lutar pelo pódio deste Mundial-2022 e despedirem-se da seleção com uma medalha ao pescoço.
Homem do jogo Flashscore: Julián Álvarez (Argentina).
