Apurado para o Euro de andebol, Portugal pensa nos Jogos Olímpicos: "É das coisas mais difíceis"

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Apurado para o Euro de andebol, Portugal pensa nos Jogos Olímpicos: "É das coisas mais difíceis"
Paulo Jorge Pereira, selecionador nacional de andebol
Paulo Jorge Pereira, selecionador nacional de andebol
LUSA
Portugal garantiu no domingo o apuramento para o Euro'2024 de andebol, sexta qualificação sucessiva para uma grande competição internacional, mas o selecionador Paulo Pereira aponta já para a sétima, os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.

"Apurar para os Jogos Olímpicos é das coisas mais difíceis, pois estamos a falar de poucos lugares, apenas 12, dos quais seis ou sete são seleções europeias. Estar entre estas é qualquer coisa de extraordinário", disse à agência Lusa Paulo Jorge Pereira.

O selecionador recorda que Portugal já concretizou esse feito por uma vez, com a inédita presença em Tóquio-2020, que decorreu em 2021 devido à pandemia de covid-19, e admitiu que seria indescritível voltar aos Jogos Olímpicos, mas que "o grupo tem essa ambição e vai lutar por isso".

Paulo Pereira falou ainda sobre a importância de terminar em primeiro o grupo de qualificação para o Euro'2024, do lançamento de novos valores na Seleção e da sua renovação com a Federação de Andebol de Portugal (FAP), dado que o contrato termina no verão.

"Era uma obrigação (Portugal) apurar-se neste grupo. Agora, ficar em primeiro é que podia não ser, porque com a Macedónia (do Norte) são sempre jogos que nunca se sabe para que lado irão cair. As coisas pareceram mais fáceis com a vitória em Skopje", disse.

Recorde as incidências do jogo com a Macedónia

Paulo Pereira destacou que, com o primeiro lugar do grupo, que era o "objetivo primordial", Portugal garantiu o estatuto de cabeça de série no sorteio do Euro-2024, a decorrer de 10 a 28 de janeiro de 2024, fugindo a alguns colossos.

O facto de a Seleção Nacional estar já apurada, e com a liderança do grupo garantida, vai também permitir ao selecionador promover alterações na convocatória para os dois jogos que faltam, com a Turquia e o Luxemburgo, a 26 e 30 de abril, respetivamente.

Paulo Pereira vai "dar descanso a alguns guerreiros", mais utilizados nos clubes e na Seleção, e chamar "outros atletas que têm hipótese de vir a representar Portugal, mas com algum critério, mantendo o nível competitivo".

O selecionador assegura que nos jogos que faltam disputar no Grupo 1 de qualificação irá "possibilitar momentos de nível competitivo aos atletas mais jovens" e "descanso justo aos mais sobrecarregados", mantendo intacta a "integridade do grupo".

O vínculo contratual de Paulo Pereira com a Federação de Andebol de Portugal (FAP), iniciado em 2016, termina no verão, mas o selecionador não está preocupado com a renovação, pois considera que não está agarrado à federação nem a federação está agarrada a si.

"Quando acabarem as competições, em abril, sentar-nos-emos e conversaremos. Não estamos agarrados, estamos livres. Eu acho que a federação quer-se sentir livre e eu também", afirmou.

O selecionador acrescentou que se as duas partes entenderem que "ainda há coisas para fazer", o vínculo continua, e se acharem que "alguma coisa não está bem e que é melhor mudar", então haverá mudança.

"Mas, até agora, tem corrido bem. Logo veremos em abril", assegurou Paulo Pereira, de 57 anos, que liderou Portugal no apuramento para os Europeus de 2020, 2022 e agora 2024, Mundiais de 2021 e 2023 e Jogos Olímpicos Tóquio'2020.

O técnico atribui o sucesso recente da seleção a vários fatores, entre os quais "o trabalho realizado por uma vasta equipa na deteção de talentos e no seu acompanhamento até ao alto rendimento", na qualidade dos jogadores e no orgulho de ser português.

"Há cada vez mais atletas (portugueses) de melhor nível, quer a atuar no campeonato nacional, quer fora", destacou Paulo Pereira, recordando que Portugal é um país pequeno, comparativamente com outras potências com as quais tem que competir.

O selecionador apontou, no entanto, a título de exemplo, o caso da campeã olímpica França, que possui um universo de praticantes de andebol muito maior do que o nacional, mas que perdeu três dos últimos cinco jogos disputados com Portugal.