A tão discutida qualidade da água do Sena também está a causar cada vez menos dores de cabeça, cinco dias antes da cerimónia de abertura, com até 7.000 atletas em barcaças.
"Todos os indicadores do Sena são positivos nesta altura", sublinhou Estanguet.
"Sempre tentámos ser o mais ambiciosos possível para que estes Jogos façam a França brilhar", acrescentou.
No entanto, o glamour tem um preço. Partes da cidade, especialmente em torno de pontos de referência famosos, estão isoladas ou o acesso é restrito - porque as competições também terão lugar lá. Os restaurantes queixam-se da falta de clientes, os residentes de certas zonas só podem chegar às suas casas com um código QR e, por vezes, após uma longa espera. Para Estanguet, tricampeão olímpico de canoagem slalom, trata-se de um dano colateral.
"Segurança foi a principal prioridade de Paris-2024"
"Sempre tomámos a decisão consciente de que o sucesso de Paris-2024 implicava a realização dos Jogos na cidade", explicou Estanguet.
"Esse era o conceito completamente inédito de Paris-2024", sublinhou.
No entanto, tal não poderia ser realizado "sem perturbações", disse Estanguet, de 46 anos.
"Tentámos antecipar essas restrições e comunicá-las com bastante antecedência", lembrou.

O facto de uma cidade cosmopolita se transformar praticamente numa arena desportiva durante mais de duas semanas, e de a cerimónia de abertura não se realizar pela primeira vez num estádio, significa também uma segurança reforçada: cerca de 35.000 polícias e membros da gendarmaria, bem como 18.000 soldados, estarão de serviço todos os dias durante os Jogos.
"A segurança foi a principal prioridade de Paris-2024", afirmou Estanguet.
O ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, sublinhou numa entrevista ao jornal Journal du Dimanche, este domingo, que "não existe qualquer ameaça clara à segurança dos Jogos Olímpicos".