O número final de pessoas que terão direito a bilhetes para a vasta e ambiciosa cerimónia de abertura ao ar livre, junto ao rio Sena, ainda está a ser discutido. "Centenas de milhares", disse o Ministro do Interior, Gerald Darmanin, numa conferência de imprensa, quando questionado sobre o número de pessoas, na terça-feira: "Dependerá das condições climatéricas e da publicidade que for feita."
Serão vendidos cerca de 100.000 bilhetes para lugares exclusivos à beira do rio, com os organizadores a dizerem inicialmente que outros 500.000 teriam a oportunidade de assistir a partir de lugares mais altos nas estradas acima do Sena.
Os atletas vão descer o rio numa flotilha de 115 barcos, sendo a primeira vez que a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos se realiza fora do estádio de atletismo. "Com a sua natureza aberta e pública, esta cerimónia permitirá que centenas de milhares de pessoas a vejam gratuitamente", disse a presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, na mesma conferência de imprensa que Darmanin e o chefe dos Jogos, Tony Estanguet.
Com uma procura muito superior à oferta, os organizadores de Paris 2024 têm enfrentado uma série de críticas na Internet e até de alguns atletas sobre o preço dos bilhetes, que foram postos à venda pela primeira vez em fevereiro e março.
Uma segunda venda, que começou a 11 de maio, provocou indignação com os preços que atingem os 2.700 euros para os lugares pagos da cerimónia de abertura.
"Nem sei se a minha família poderá vir ver-me, de tão caro que é", disse recentemente a belga Nafissatou Thiam, bicampeã olímpica de heptatlo, à imprensa belga DH.
A cerimónia representa também um enorme desafio de segurança para os organizadores franceses, com a participação de cerca de 10.000 atletas e 200 chefes de Estado, para além da enorme multidão nas margens do rio.
Cerca de 37.000 membros das forças de segurança estarão de serviço para a cerimónia de abertura, disse Darmanin, com as férias de verão canceladas para a polícia durante o período dos Jogos, que decorrerão de 26 de julho a 11 de agosto. Cerca de 2.000 a 3.000 agentes de segurança privada estão também a ser recrutados para a cerimónia de abertura.
Darmanin sublinhou que os drones são considerados a maior ameaça à segurança, mas acrescentou que a tecnologia de defesa aérea está disponível e será testada no final deste ano durante o Campeonato do Mundo de Râguebi em França.
"É uma nova ameaça. Não é certo que aconteça alguma coisa, mas é certamente a mais difícil de preparar", afirmou.