Caitlin Clark, o fenómeno do basquetebol universitário que faz brilhar os olhos dos americanos

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Caitlin Clark, o fenómeno do basquetebol universitário que faz brilhar os olhos dos americanos

Caitlin Clark na quinta-feira
Caitlin Clark na quinta-feiraGREGORY SHAMUS/Getty Images via AFP
Caitlin Clark é uma superestrela do basquetebol universitário que elevou o March Madness a um novo patamar com lançamentos de longa distância e o seu estilo de jogo único, antes de se lançar na liga profissional WNBA.

A final do torneio universitário e jogos eliminatórios são objeto de uma loucura fenomenal nos Estados Unidos, conhecida como March Madness (Loucura de março, ndr), e milhões de pessoas seguem a tradição de adivinhar os resultados dos jogos.

Caitlin Clark, base dos Iowa Hawkeyes, a equipa do estado rural do Midwest, levou o evento para outra dimensão: na segunda-feira, na vitória sobre o Louisiana(LSU), que as derrotou na final do ano passado, a número 22, reconhecível pelo seu longo rabo-de-cavalo castanho, voltou a deslumbrar no campo com estatísticas fenomenais (41 pontos, incluindo 9 lançamentos de três pontos e 12 assistências), numa arena sobrecarregada a norte de Nova Iorque. "Minha filha, tu és especial. Nunca vi nada assim", disse a treinadora da LSU, Kim Mulkey.

Notoriedade sem precedentes

Este jogo dos quartos de final foi visto por uma média de 12,3 milhões de pessoas no canal ESPN, ultrapassando o recorde estabelecido em 1983 para o basquetebol universitário feminino, e uma das melhores audiências desportivas do ano, bem à frente dos jogos da época regular da NBA. Esta sexta-feira, Clark e companheiras iniciam a Final-4 com um jogo decisivo contra a Universidade de Connecticut.

"Tornou-se o rosto do basquetebol universitário (...), o nome que todos reconhecem", diz Meredith Geisler, professora convidada de gestão desportiva na Escola de Gestão da Universidade George Washington. "Até há alguns anos, o torneio feminino (de basquetebol universitário) era largamente ignorado".

Para a especialista, a reputação de Caitlin Clark vai "muito para além" dos adeptos do basquetebol e a sua contribuição para "aumentar o interesse pelo basquetebol feminino ou pelo desporto feminino em geral" não tem precedentes, sendo comparável à de Serena Williams ou à da equipa feminina norte-americana de futebol quando ganhou o primeiro Campeonato do Mundo, em 1991.

O fenómeno é tal que legiões de fãs, os Clarkies, atravessaram os Estados Unidos durante toda a época para vibrar com cada um dos triplos, que lhe valeram comparações com Stephen Curry, e com passes imprevisíveis e luminosos, que transcendem as colegas.

"É muito bom poder ser um exemplo para todas estas raparigas e também para os rapazes", declarou a jogadora de 1,83 metros, que esta época se tornou a recordista do maior número de pontos marcados na NCAA, a mais prestigiada liga desportiva universitária, tanto para homens como para mulheres.

Mesmo quando se trata de patrocínios, Caitlin Clark, que nasceu numa família de desportistas, rivaliza com os grandes: aproveitando a histórica abertura do desporto universitário à remuneração dos atletas, já assinou contratos com grandes marcas como a Nike e a Gatorade.

Em breve na WNBA

Aos 22 anos, disputa o último March Madness este ano e vai tornar-se profissional na próxima época. Deverá ser selecionada na primeira posição do draft da WNBA, a 15 de abril, presumivelmente pelos Indiana Fever, onde os preços dos bilhetes para determinados jogos já estão a disparar.

De acordo com Meredith Geisler, a sua presença na liga profissional irá, sem dúvida, aumentar a exposição de uma liga que vive na sombra mediática e económica da NBA, mas cujo interesse tem crescido nas últimas épocas graças a jogadoras com estatuto de estrela nos Estados Unidos, como Sabrina Ionescu (New York Liberty) e A'ja Wilson (Las Vegas Aces).

"A WNBA vai inspirar-se noutros desportos e aprender a beneficiar da presença de uma superestrela" com o apoio da NBA, à qual está associada, acredita. "Vai ter mais parceiros empresariais, mais patrocinadores, mais espetadores. E quando os direitos de transmissão forem renegociados, quando a Caitlin (Clark) os ajudar a crescer, os números vão voltar a subir".

Antiga pilar da seleção nacional de juniores, a jovem estrela poderá muito bem brilhar nos Jogos Olímpicos de Paris (26 de julho a 11 de agosto). Clark foi convocada pela seleção dos Estados Unidos para um estágio de preparação em abril, que vai falhar, por ter conseguido esticar a louca aventura na NCAA.