Reveja aqui as incidências do jogo
Privado dos lesionados Danilo Pereira e Otávio, Fernando Santos já tinha confirmado a presença de Pepe e optou por William Carvalho em vez do médio do FC Porto, colocando-o junto a Rúben Neves, num 4-2-3-1, com Ronaldo a ocupar a posição mais adiantada. Nuno Mendes, recuperado dos problemas físicos, rendeu Raphael Guerreiro.
Também Diego Alonso escolheu mudar de formação em relação ao nulo com a Coreia do Sul: Coates foi chamado ao onze para formar uma linha de três defesas centrais, ao contrário do que aparece no grafismo, além de Guillermo Varela e Cavani, foram as novidades, nos lugares de Martin Cáceres, Facundo Pellistri e Luis Suárez, o melhor marcador da seleção uruguaia.
As contas eram fáceis de fazer: uma vitória garantia, automaticamente, a passagem aos oitavos de final, enquanto o empate ou a derrota mantinham o destino na mão dos lusos. Por outro lado, os uruguaios ficariam em posição delicada em caso de derrota, partindo para um decisivo encontro com o Gana (quatro pontos), que esta segunda-feira venceu a Coreia do Sul.
E os primeiros minutos foram claros, Portugal entrou a atacar e o Uruguai reativo. Tanto é que, logo aos quatro minutos, Ronaldo serviu de peito o remate de primeira de William Carvalho que saiu por cima da trave. Dois minutos depois, Bentancur - um elemento-chave no miolo uruguaio - viu o cartão amarelo por uma entrada fora de tempo e sem bola sobre Rúben Dias.
Aos 16, Pepe recuperou o esférico, descobriu Bernardo Silva com espaço no último terço, que passou a João Félix para um remate bloqueado para pontapé de canto. Mais tarde, Nuno Mendes cruzou rasteiro e Bernardo Silva tirou o pão da boca ao avançado do Atlético de Madrid, que estava preparado para atirar a contar, dentro da pequena área.
À semelhança da primeira jornada com o Gana, faltava criatividade no último terço. E, a partir da meia hora, diluiu a confiança. Bentancur, aos 33, arrancou do meio-campo, fintou de uma só vez William Carvalho e Rúben Dias, mas Diogo Costa agigantou-se e impediu o golo uruguaio.
Esse lance parece ter atarantado os portugueses, que baixaram o ritmo, e deram alento à equipa de Diego Alonso. Bentancur, endiabrado, ficou perto de criar perigo, valendo à defensiva portuguesa o mau domínio do médio do Tottenham já perto da pequena área.
A cinco minutos do intervalo, más notícias para os portugueses: Nuno Mendes ressentiu-se da lesão e saiu do relvado em lágrimas, rendido por Raphael Guerreiro.
É certo que, neste caso, tratou-se de uma lesão muscular, mas não deixa de ser um bom indicador da intensidade e agressividade imposta pelos uruguaios, que fizeram muitas faltas duras. Nos últimos momentos do primeiro tempo, Portugal voltou a assumir as rédeas do encontro e aproximou-se da área adversária, mas sem criar oportunidades de perigo.
No regresso dos balneários, sem alterações dos dois lados, foi novamente a armada lusa que entrou melhor. Aos 52, Ronaldo lançou Bernardo Silva em superioridade numérica, o 10 passou a Félix descaído pelo lado esquerdo e foi com esse pé que disparou, mas às malhas da baliza de Rochet.
Dois minutos depois, chegou o golo: Bruno Fernandes teve espaço na esquerda e cruzou milimetricamente para a entrada de Ronaldo na área,o capitão bem se esticou, mas não tocou na bola e não foi preciso porque o movimento bastou para trair Rochet e deixar o esférico entrar junto ao poste esquerdo.
A celeste olímpica mexeu de imediato e sem meias medidas: saíram Godín e Vecino, entraram Arrascaeta e Pellistri. Duas peças defensivas, por duas peças ofensivas. Fernando Santos respondeu pouco depois e sem engenharia cautelosa: saiu Rúben Neves, entrou Rafael Leão, claramente para explorar o contra-ataque.
Ainda no jogo dos bancos, Alonso jogou os trunfos e trocou Cavani e Darwín por Luis Suárez e Maxi Gómez, com resultado quase imediato. Num espaço de cinco minutos, Maxi Gómez atirou em jeito ao poste, Suárez na pequena área rematou à malha lateral e Arrascaeta, em posição promissora, tentou picar sobre Diogo Costa, mas o guardião leu bem o lance e agarrou o esférico.
O jogo não estava fácil, os uruguaios carregavam e Portugal não encontrava forma de segurar o encontro. Numa mistura de estratégia e gestão, Fernando Santos retirou Ronaldo, Félix e William Carvalho, por Gonçalo Ramos, Matheus Nunes e João Palhinha para tentar estancar o miolo.
Em cima dos 90 minutos, Bruno Fernandes fez um túnel a José María Giménez na área, o defesa impediu a passagem da bola com a mão. Auxiliado pelo VAR, Alireza Faghani apontou para o castigo máximo e... para o bis de Bruno Fernandes. O médio do Manchester United fez o resultado final com paradinha, deixando o guarda-redes cair para um lado antes de atirar para o outro.
A dois minutos do fim, Raphael Guerreiro levantou para o segundo poste, onde Bruno Fernandes rematou de primeira para uma grande defesa de Rochet, que lhe negou o hat-trick. Logo a seguir, o médio de 28 anos atirou ao poste.
Homem do jogo Flashscore: Bruno Fernandes (Portugal).