“Os (objetivos são os) mesmos de sempre. Vamos estar o mais à frente possível e estar na disputa pela corrida, é o nosso objetivo”, resumiu sucintamente José Azevedo, em declarações à agência Lusa.
No ano passado, a formação laranja estreou-se no pódio, mas o seu diretor desportivo defende que o terceiro lugar do porto-riquenho Abner González, que entretanto se mudou para a Caja Rural, não aumenta a responsabilidade para esta edição, que começa na quarta-feira, na Maia, e termina em 17 de agosto, em Lisboa.
“Há dois anos partimos para a última etapa com o Henrique Casimiro no segundo lugar, no contrarrelógio de Viana. Acabámos por não terminar no pódio, mas estivemos na disputa da corrida até ao final. O ano passado conseguimos com o Abner o terceiro lugar (…). Esta equipa já tem, por si, essa responsabilidade e esse objetivo, não é isso que vem reforçar. São as nossas ambições, queremos estar sempre na frente e este ano queremos repetir”, sustentou.
Nesta Volta, contudo, a Efapel terá no seu sete um dos dois antigos vencedores da prova ainda no ativo, no caso o uruguaio Mauricio Moreira, que se transferiu, não sem polémica, da Anicolor-Tien21.
“Mauricio é um corredor que ganhou uma Volta a Portugal, terminou em segundo noutra (2021). No entanto, este ano tem sido difícil para ele, com várias lesões, problemas de saúde, pouca competição. Logicamente, neste período está numa situação diferente do que estava nesses anos”, ressalvou Azevedo, escusando-se a apontar quem será o líder: “Vamos confiar nos sete que escolhemos”.
Sem desvendar concretamente qual é o seu plano para a 86.ª edição, o quinto classificado do Tour 2024 e do Giro 2001 admite que a sua equipa vai procurar não só uma boa classificação na geral, mas também ganhar etapas num percurso que descreve como “duro e exigente, sem dúvida, e com muitas etapas de montanha, média montanha”.
“Acho que, em 10 dias, faltam etapas para os sprinters. Acho que duas, talvez três etapas deveria (haver). A corrida, nesse aspeto, está desequilibrada”, notou.
Para Azevedo, este traçado, com cinco chegadas em alto, coroará um escalador: “Houve anos em que havia um contrarrelógio com uma distância que (permitia que) um contrarrelogista, a vantagem que ganhasse aí, podia gerir um pouco na montanha. Este ano não existe isso. São poucos quilómetros de contrarrelógio (16,7), muita montanha e logicamente é uma Volta talhada para trepadores”.
Entre os candidatos, o diretor desportivo da Efapel destaca Artem Nych, lembrando que “o vencedor da última edição, estando presente, é sempre o principal favorito”.
“Olhando ao Alexis Guérin, pelo ano que fez, temos de ter esse nome em conta. O Jesus Peña é outro que corredor que acho que também irá estar na luta. Principalmente estes três”, elencou.
O antigo ciclista assumiu ainda que “preferia um pelotão mais competitivo, com um nível de equipas superior, de uma qualidade superior”, mesmo sabendo que isso reduziria a probabilidade de ganhar a Volta.
“Este ano, vem só uma ProConti (Caja Rural), as outras são todas continentais. (…). Logicamente que irão vir equipas com bons ciclistas, alguns que a gente não conhece e que até poderão ser surpresas e têm o seu valor. Eu preferia um nível competitivo mais elevado, sem dúvida alguma”, reiterou.
A 86.ª Volta a Portugal terá um máximo de 112 ciclistas, repartidos por 16 equipas, uma “situação que deve fazer pensar quem gere o ciclismo em Portugal”.
“Necessariamente, o ciclismo precisa de ser repensado e procurar alternativas que tornem o ciclismo nacional mais competitivo”, concluiu.
Efapel: Joaquim Silva (Por), Tiago Antunes (Por), André Carvalho (Por), Mauricio Moreira (Uru), Aleksandr Grigorev (Rus), Santiago Mesa (Col) e Pedro Pinto (Por).
Diretor desportivo: José Azevedo.