Uma mudança em cada lado
Depois de uma primeira jornada com sensações diferentes, ambos os treinadores optaram por fazer apenas uma alteração nos respetivos onzes para um jogo que se perspetivava decisivo para duas seleções que sonham em surpreender e chegar aos oitavos de final.
Na Tunísia, Naim Sliti entrou para o trio da frente, relegando Anis Slimane para o banco de suplente. Wahbi Khazri, grande estrela da equipa, com problemas físicos, voltou a começar no banco de suplentes.
A precisar de evitar a derrota para não ficar já eliminada, a Austrália só mexeu no onze que perdeu com a França (1-4) por lesão. O lateral-direito Nathan Atkinson não estava em condições e foi rendido por Fran Karacic.
Uma cabeçada no equilíbrio
Duas seleções menos cotadas do Grupo D do Mundial-2022, Tunísia e Austrália apresentaram estilos muitos semelhantes. Ambas procuravam um bloco defensivo e compacto para depois procurar a saída rápida no contra-ataque. O primeiro tempo acabou por ser dominado pelo equilíbrio, sem nenhum lado a conseguir verdadeiramente tomar conta do jogo.
Contudo, foi a Austrália que teve mais cabeça para chegar à vantagem. Depois de marcar o golo inaugural diante da França, Chris Goodwin voltou a ser decisivo ao aparecer na esquerda e cruzar para Mitchell Duke que, de cabeça, colocou a Austrália a vencer aos 23 minutos. Foi um belo golpe do avançado que joga na segunda divisão do Japão e viu recair sobre ele os holofotes do principal torneio de seleções.
Foi um ingrediente que ajudou a trazer ainda mais tensão a um jogo nem sempre bem jogado, mas com a intensidade a mil. Entradas duras, algumas picardias do bancos trouxeram um condimento extra a uma partida arramada em que só o remate ao lado de Mskani, aos 45+2 minutos, voltou a despertar a atenção das bancadas.
Reveja aqui as incidências da partida
Provar do próprio veneno
O intervalo trouxe uma Tunísia revigorada, talvez ciente da missão praticamente impossível que a espera na última jornada (tem de vencer a França para sonhar com a possibilidade de seguir em frente) a formação do Norte de África pegou na partida e foi confrontada com a própria estratégia.
Uma equipa montada para as transições rápidas, as Águias de Cartago sentiram muitas dificuldades em entrar no bloco defensivo da Austrália que cerrou fileiras, com Harry Souttar a comandar o bloco defensivo. O primeiro remate enquadrado com a baliza adversária surgiu apenas aos 72 minutos com Mskani a testar a atenção de Mat Ryan que se mostrou muito seguro. O experiente guardião australiano viria a ser incomodado novamente em mais três ocasiões - Mskani (73 minutos), e Talbi (83 minutos) Kahzri (88 minutos) – mas em nenhuma mostrou problemas em segurar a bola a vitória dos socceroos.
12 anos depois, a Austrália voltou a vencer um jogo num Mundial em que começou em vantagem (bateu a Sérvia por 2-1, em 2010), sendo que somava uma derrota (diante de França, 1-4, em 2022) e um empate (1-1 com o Gana, em 2010), colocou um ponto final numa sequência de sete jogo sem triunfar em Campeonatos do Mundo (seis desaires e uma igualdade), e ficou a sonhar com a hipótese de passar aos oitavos de final pela segunda vez, depois de o ter feito em 2006. Já a Tunísia vai para a última jornada com um ponto e a precisar de vencer a França para chegar à fase a eliminar.
Homem do jogo Flashscore: Harry Souttar (Austrália)