"Ontem estava muito contente por ter recebido a notícia. É um alívio", revelou Novak Djokovic, à margem das ATP Finals que decorrem em Turim, na Itália.
"Ter uma visão clara agora, saber o que vou fazer no período entre temporadas, que começarei a época na Austrália, tudo isso me tira alguma pressão, claro", explicou o jogador de 36 anos.
Andrew Giles, Ministro da Imigração da Áustrália, confirmou a cedência do visto, afirmando que interveio pessoalmente para que o mesmo fosse concedido.
"Depois do cancelamento da vinda do senhor Djokovic, em janeiro de 2022, todas as restrições fronteiriças relacionadas com a COVID-19 foram levantadas, incluindo a exigência de vacinação. Por isso, foi concedido ao senhor Djokovic um visto temporário para que possa entrar na Austrália", indicou Giles em comunicado.
O Open da Austrália, o primeiro torneio Grand Slam de 2023, disputa-se entre os dias 16 e 29 de janeiro e o tenista sérvio recorda-o como aquele em que "mais êxito" teve, já que nove dos seus 21 títulos principais foram conquistados em solo australiano.
"São algumas das minhas melhores memórias. Claro que quero voltar, jogar ténis e fazer aquilo que melhor sei fazer. Espero passar um bom verão australiano", apontou Djokovic, visivelmente feliz.
No início de 2022, o jogador, que não havia sido vacinado contra a COVID-19, foi retido na chegada a Melbourne e, posteriormente, expulso do país, mesmo antes do início do torneio. Desde então, iniciou-se uma batalha jurídica pelo visto, com a equipa do atleta a contestar a proibição de entrada no país durante três anos, que lhe foi imposta na altura, principalmente depois do levantamento das restrições nas fronteiras, que incluíam a apresentação de uma prova de vacinação.
Negociações garantiram o tão esperado regresso
Com a questão da vacinação de parte, ficava por resolver a proibição de entrada no país, sobre a qual se desenrolaram negociações com o próprio governo.
Djokovic já admitira que os seus advogados "conversavam com o governo australiano", mas, na altura, assumiu não poder dizer mais nada, por continuava "à espera".
Já Craig Tiley, diretor do Open da Austrália, apelou a um entendimento entre as partes, admitindo, porém, que seguiria "as instruções" do governo na sequência dos acontecimentos de janeiro passado.
Contudo, esta semana, os meios de comunicação social do país informaram que as autoridades haviam decidido conceder um visto ao antigo número um do ranking ATP, algo que Djokovic confirmou.
Agora oitavo classificado da hierarquia mundial do ténis, o sérvio conseguiu alcançar as ATP Finals, que reúnem precisamente os oito melhores da modalidade.
Menos torneios, mais tempo para aprefeiçoar o jogo
Numa temporada atípica, Djokovic não pôde defender o seu título em Melbourne, nem jogar torneios norte-americanos, especialmente o US Open, pela obrigatoriedade de vacinação contra a COVID-19.
Mas, desde que regressou à competição, o sérvio tem sido quase imparável. Venceu em Tel Aviv e Astana, antes de perder de forma surpreendente para Holger Rune no Masters 1000 de Paris. Em Turim, onde procura igualar Roger Federer, com seis vitórias, derrotou Stefanos Tsitsipas e Andrey Rublev, sempre em dois sets, demonstrando um excelente nível de jogo.
"A vantagem de não ter jogado muitos torneios é que estou mais fresco. Mas conseguir jogar tão bem como tenho jogado nestes últimos meses deixa-me feliz. Trabalhei muito para o conseguir, porque tive mais tempo para treinar, mais tempo com o meu treinador e com a equipa, no court e fora dele, para tentar aprefeiçoar-me", sublinhou.