Um campeão do Mundo

A ficha de jogo veio confirmar as suspeitas. Sob alçada disciplinar do clube pela viagem à Argentina onde chegou o novo ano, Enzo Fernández ficou fora das opções de Roger Schmidt para o duelo com o Portimonense e da festa de campeão de mundo. Nas bancadas, o médio de 21 anos, melhor jogador jovem do Mundial-2022, assistiu à ovação que a Luz deu a Otamendi, enquanto o capitão do Benfica exibia a medalha de campeão conquistada no Catar.
Para o lugar de Enzo entrou Chiquinho, que dividiu o meio-campo com Florentino Luís, enquanto Draxler foi o escolhido para render o castigado Rafa Silva. Contudo, o alemão partiu do corredor esquerdo, com Aursnes a aparecer nas costas de Gonçalo Ramos.
No Portimonense, uma única alteração em relação à equipa que perdeu com o Casa Pia. Luquinha saiu das escolhas por troca com Sapara.
Leve dois, marque um
A ressacar da primeira derrota da temporada, o Benfica permitiu o primeiro remate à baliza do Portimonense, quando Yago Cariello, na sequência de um canto, cabeceou por cima da baliza de Vlachodimos. Foi a primeira e última vez que o guardião helénico viu o esférico andar perto do seu raio de ação.
Seguiu-se um primeiro tempo de total controlo do Benfica, sempre a aproveitar bem o espaço que ficava entre a linha defensiva e o meio-campo algarvio. A vantagem das águias, sem surpresa, chegou aos oito minutos. Otamendi recuperou a bola no meio-campo adversário, lançou Gonçalo Ramos que foi derrubado por Nakamura. Chamado a converter o penálti, João Mário não desperdiçou e assinalou o jogo 150 com as águias com um golo.
10 minutos volvidos, nova oportunidade de ouro para os encarnados. Desta feita, Grimaldo cruzou da esquerda, com Gustavo Klismahn a derrubar Alexander Bah, que surgia nas costas. Numa decisão que surpreendeu as bancadas da Luz, foi Frederik Aursnes o escolhido para marcar o penálti e o norueguês permitiu a defesa de Nakamura, que se voltou a atirar para o lado direito.
De resto, o internacional japonês acabou por ser a grande figura do primeiro tempo, ao evitar novo golo, desta feita de Florentino, já na ponta final dos 45 minutos inaugurais. O Benfica ia a vencer para o intervalo, mas só se podia queixar de si próprio pela magra vantagem.
Reveja aqui as incidências da partida
Pólvora seca
A etapa complementar confirmou a toada do primeiro tempo. O Benfica dominou por completo as operações da partida perante um Portimonense que já se resguardou melhor - pese emboras dificuldades de Klismahn em segurar Alexander Bah no lado direito – e procurou explorar as saídas para o ataque, ainda que sem grande sucesso.
Contudo, a força ofensiva do Benfica deparou-se com um Kosuke Nakamura num grande momento de forma. O guarda-redes japonês defendeu os remates de Grimaldo (48 minutos) e por duas vezes negou o golo a Gonçalo Ramos (68 e 73 minutos), sendo que o internacional português ainda falhou o alvo num cabeceamento dentro da área, aos 61 minutos.
Quanto a Vlachodimos terminou a partida sem defesas, mas com um susto, quando Gonçalo Costa surgiu pela esquerda e cruzou para a área, mas Yago Cariello não conseguiu o desvio na cara do guarda-redes grego.
Para a história fica o regresso às vitórias do Benfica após uma sequência atípica em que as águias foram eliminadas da Taça da Liga e perderam o primeiro jogo da temporada, sendo que fora do campo ainda tiveram o caso de Enzo Fernández. A vitória pela margem mínima fica a dever-se ao desperdício ofensivo, mas permite aos encarnados manter a almofada de segurança para a frente de ataque. São agora seis pontos que separam do segundo classificado, SC Braga, e oito do FC Porto (vai defrontar o Casa Pia).
Já o Portimonense sofreu a terceira derrota consecutiva e soma 19 pontos, ficando no oitavo lugar.
Homem do jogo Flashscore: Nakamura (Portimonense)
