Com 35 anos, Lionel Messi está a fazer o melhor Campeonato do Mundo da carreira. Com oito participações diretas em golos (cinco marcados e três assistências), o avançado da Argentina superou em larga escala as cinco registadas em 2014 (quatro tentos e um passe decisivo) que lhe valeram a nomeação para melhor jogador dessa edição do Mundial.
Com a Albiceleste de novo na final, e a procurar recuperar um título que escapa desde 1986, Messi é o principal candidato a vencer a Bola de Ouro do Campeonato do Mundo de 2022. Além dos números apresentados, o capitão tem-se revelado instrumental na caminhada da Argentina. Marcou em todos os jogos com exceção do duelo com a Polónia, da terceira jornada da fase de grupos, e assistiu nas partidas decisivas com o México (a derrota significava a eliminação) e com Países Baixos e Croácia (quartos de final e meias-finais, respetivamente).
Se for novamente eleito o melhor jogador do Mundial, Messi torna-se no primeiro da história a consegui-lo por duas vezes. Desde que o prémio foi inaugurado em 1982, ninguém conseguiu repetir o feito, sendo que existe a curiosidade de os últimos seis vencedores não fazerem parte da equipa que se sagrou campeã: Ronaldo (1998, perdeu com a França), Oliver Kahn (2002, derrotado pelo Brasil), Zidane (2006, viu Itália vencer), Diego Forlán (2010, a consagração de Espanha), Messi (2014, perdeu para Alemanha) e Modric (2018, título conquistado pela França). A isto junta-se aindia o facto de só em duas ocasiões é que o vencedor não disputou a final - Schillachi (1990) e Forlán (2010).

E olhando para os finalistas, existe outro nome que se está a afirmar como uma das figuras do Mundial-2022: Kylian Mbappé. Colega de equipa de Lionel Messi, o avançado de 23 anos está no topo da lista dos melhores marcadores, com cinco tentos, tantos quanto o argentino. A isso junta ainda mais duas assistências.
E embora os números sejam inferiores aos de Messi, Mbappé tem sido peça-chave na estratégia de uma França que mais do que encantar, tem apostado nas transições rápidas para o ataque, onde o avançado do PSG é mestre. Por exemplo, na meia-final contra Marrocos consegue inventar a jogada onde vai surgir o segundo golo gaulês que deu uma machadada final no jogo. Uma ação decisiva, em que não lhe foi creditada assistência.
À procura de se tornar bicampeão do mundo, Mbappé tem boas memórias da Argentina. Em 2018, bisou no jogo dos quartos de final entre estas duas equipas e garantiu a vitória gaulesa (4-2). Uma reedição desta exibição poderia colocar o jovem como o favorito à conquista do prémio do melhor jogador do Mundo.
O pensador gaulês
Existe ainda outro nome em França que se tem destacado. Transformado no estratega da seleção gaulesa, Antoine Griezmann afastou-se das zonas mais decisivas, recuou no meio-campo e foi incumbido de pensar todo o ataque do atual campeão do Mundo.
A importância de Griezmann não se tem refletido nos números que chama a atenção de toda a gente: soma três assistências nos seis jogos realizados. Mas se França está a um passo de revalidar o título, muito se deve ao médio de 31 anos: na meia-final contra Marrocos foi essencial a organizar a equipa na fase de maior pressão do adversário; e nos quartos de final assiste para os dois golos na vitória diante de Inglaterra (2-1). Bola de Bronze em 2018, Griezmann pode apresentar credenciais para sonhar com um prémio mais alto em 2022.

A votação, recorde-se, é feita por membros da imprensa que decidem de entre uma lista de jogadores pré-estabelecida por um grupo técnico da FIFA. O vencedor será conhecido logo após a final do Campeonato do Mundo