Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Países Baixos, Suíça, Alemanha e Dinamarca admitiram terem sido pressionadas pela FIFA, que ameaçou com sanções disciplinares para os jogadores que utilizassem a braçadeira com as cores do arco-íris durante a prova no país, no qual a homossexualidade é considerada crime.
Agora, Steffen Simon, diretor de comunicação da federação alemã, explicou à Deutschlandfunk, rádio do país, que a Inglaterra, que seria a primeira seleção a utilizar o adereço no Mundial-2022, foi ameaçada com múltiplas sanções desportivas.
"O diretor do torneio foi ter com a seleção inglesa, falou-lhes sobre múltiplas violações das regras e ameaçu com várias sanções desportivas, sem especificar quais seriam", adiantou Simon, sem confirmar, porém, se se referia a um elemento da organização local ou a um responsável da FIFA, mas sublinhando que as restantes seis nações decidiram "mostrar solidariedade" e não utilizar a braçadeira.
"Perdemos a braçadeira e é muito doloroso, mas somos as mesmas pessoas de antes, com os mesmos valores. Não somos impostores que dizem ter valores e depois os traem", assegurou.
"Estamos numa situação extrema, numa chantagem extrema e acreditamos que tivemos de tomar esta decisão sem que o quiséssemos", acrescentou.
Contactadas pela Reuters, a federação inglesa, a FIFA e a organização local não responderam aos comentários da federação alemã, que tem sido alvo de fortes críticas no país, com a cadeia de supermercados REWE a retirar o seu acordo que mantinha com a entidade.
A reputação do organismo germânico tem sofrido duros golpes no passado recente, por culpa de vários escândalos, agora reforçados com esta reviravolta na ação de reivindiação prevista.
"Entendo a desilusão. Tivemos de escolher entre uma praga e a cólera", disse Simon, que tocou, ainda, no protesto do Irão.
"Sentimos muito respeito pelo que a equipa do Irão fez", apontou, assegurando que, apesar da falta da braçadeira, todos continuam a reger-se "pelos valores associados ao símbolo".