Cristiano Ronaldo e os seus companheiros de equipa foram recebidos com aplausos por centenas de adeptos iranianos quando deixaram o aeroporto Imam Khomeini de autocarro ao início da tarde. Antes, o internacional português de 38 anos foi presenteado com um sumptuoso tapete persa pelo presidente do clube Persepolis.

Grandes faixas com a inscrição "Bem-vindo" e retratos das estrelas do Al-Nassr foram penduradas nas pontes das principais estradas que atravessam a gigantesca capital do Irão. Teerão não está habituado a este tipo de visitas devido ao isolamento diplomático do país.

"É muito emocionante!", disse Navid Borhanifar, um fã de Cristiano Ronaldo. Espera que seja um "belo jogo" entre as "estrelas do Al-Nassr" e o Persepolis, onde jogam "jogadores experientes".

Infelizmente, nenhum adepto poderá assistir ao jogo de terça-feira no estádio Azadi, o maior do país, com 90.000 lugares. Isto deve-se a uma sanção imposta pela Confederação Asiática de Futebol (AFC) após a publicação de um post polémico na página de Instagram do Persepolis em 2021. O jogo disputado à porta fechada continuará a ser transmitido pela televisão.

Até ao início da partida, os jogadores do Al-Nassr serão colocados sob a segurança de uma "unidade de elite" das forças de segurança, especializada em viagens presidenciais, segundo o site desportivo Varzesh 3. Esta unidade foi encarregada de "impedir qualquer contacto entre os adeptos e os jogadores" da equipa saudita, segundo o site.

No plano desportivo, as apostas são altas para uma estreia bem sucedida na Liga dos Campeões da Ásia, onde as equipas da Arábia Saudita são as favoritas, depois de se terem reforçado muito este verão. O Al-Nassr assegurou as contratações do senegalês Sadio Mane e do costa-marfinense Seko Fofana.

O Al-Nassr procura vingança depois de ter sido derrotado pelo Persepolis nas meias-finais da competição em 2020.

O clube mais bem sucedido e popular do Irão, o Persepolis, disputou por duas vezes as finais desta competição, vencida pelo Al-Nassr em 1995, em 2018 e 2020.

Este jogo terá também uma dimensão diplomática, uma vez que coloca frente a frente clubes sauditas e iranianos em campos opostos, em vez de em campo neutro, como tem acontecido nos últimos sete anos.

A AFC deu luz verde ao recomeço dos jogos internacionais no Irão, cinco meses depois de, em março, ter sido alcançado um acordo para reatar as relações entre os dois países do Médio Oriente, sob os auspícios da China.