América do Sul inicia caminhada para o Mundial com o desafio de substituir "velha guarda"

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América do Sul inicia caminhada para o Mundial com o desafio de substituir "velha guarda"
Messi ainda é insubstituível na Argentina e no Inter Miami
Messi ainda é insubstituível na Argentina e no Inter MiamiAFP
As selecções sul-americanas, lideradas por Lionel Messi, iniciam o caminho para o Mundial-2026 com muitas das estrelas que brilharam nos últimos anos ainda nas fileiras, porque o seu talento ainda não se extinguiu e há dificuldades em encontrar novas grandes pérolas.

Apesar de o fim da sua era estar cada vez mais próximo, a maioria das estrelas, como Messi, Di Maria, Neymar e Arturo Vidal, ainda não tem substitutos à vista para o início da qualificação, cuja primeira jornada será disputada entre quinta e sexta-feira.

Os argentinos Julián Álvarez e Enzo Fernández, os brasileiros Vinicius Jr. e Rodrygo, os uruguaios Federico Valverde e Darwin Núñez e o colombiano Luis Díaz já despontam na Europa como herdeiros.

Mas vários especialistas alertam que a qualidade e o número de jogadores não são suficientes para igualar o nível dos experientes e premiados compatriotas, complicando assim a substituição de gerações.

"Eles jogam um futebol mais dinâmico, mais rápido, mais simples, (mas) não com tanto talento (...) Não vão estar ao mesmo nível dos que estão a sair", disse à AFP o seleccionador colombiano Jorge Luis Pinto, que esteve presente no Mundial-2014 no Brasil, com a Costa Rica.

"Perdas muito grandes"

Considerado por muitos como o melhor jogador da história, Messi continua a ser um fator determinante aos 36 anos, tanto para o seu novo clube, o Inter Miami, como para os campeões do mundo.

O seleccioandor Lionel Scaloni convocou 22 jogadores presentes no Campeonato do Mundo para as partidas contra Equador e Bolívia, incluindo jovens promissores como Lucas Beltran, Lucas Esquivel e Alejandro Garnacho, que, por enquanto, poucos se atrevem a comparar com o "10" ou o seu parceiro, Angel Di Maria.

O Brasil, com Fernando Diniz, mas a aguardar a chegada do técnico italiano Carlo Ancelotti em meados de 2024, já não conta com o capitão Thiago Silva ou Dani Alves, e jogadores como Casemiro estão longe do seu melhor.

Diniz conta com o inconsistente Neymar, agora na Liga saudita, e duas estrelas do Real Madrid, Vinicius Jr. - lesionado e de fora destes primeiros duelos - e Rodrygo. Mas o talento da atual geração da Seleção foi questionado até mesmo pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Há perdas muito grandes, em todos os países, de jogadores de grande hierarquia e experiência. Por enquanto, jogadores jovens como Vinicius, Luis Díaz, Julián Álvarez e Darwin Núñez são apenas "grandes projetos" com "um bom presente"", disse à AFP o treinador argentino e antigo jogador de futebol Ricardo Lunari.

Núñez, em boa fase no Liverpool, e Valverde são a aposta de Marcelo Bielsa no Uruguai para superar o sabor amargo do adeus do capitão Diego Godín e da decisão técnica de deixar de fora Suárez e Cavani, ambos com 36 anos.

El Loco parece ser o treinador mais determinado a trazer uma nova geração de jogadores para virar a página da Celeste, que se classificou para os últimos quatro Campeonatos do Mundo. Mas as ausências dos goleadores históricos "vão pesar".

Falta de nrs.º 9

A maioria das seleções sul-americanas, que lutarão por seis vagas diretas para o Mundial e mais uma vaga no play-off, sofre com a falta de novos "9" confiáveis.

Embora tenha em Díaz um extremo fulminante, a Colômbia sente falta da hierarquia de Falcão e da geração que a levou ao Brasil-2014 e à Rússia-2018.

Juan Cuadrado e James Rodríguez estão de regresso para serem os líderes de uma equipa que falhou a qualificação para o torneio do Catar, precisamente por falta de golos.

Algo semelhante está a acontecer com equipas que nos últimos anos tiveram o seu melhor trunfo no ponta de lança: o Peru, com Paolo Guerrero, e a Bolívia, com Marcelo Moreno.

O lugar de Enner Valencia, herói do Internacional na Libertadores, não está em dúvida num Equador que tambémcse entusiasma com os novos valores da formação, impulsionados pela contratação de Moises Caicedo por um valor recorde na Liga inglesa.

Para peruanos, bolivianos e venezuelanos, as perspetivas são difíceis devido à falta de estrelas em qualquer posição. A situação é compartilhada pelo Chile e, em menor escala, pelo Paraguai, que está animado com Julio Enciso.

Sem nenhum substituto para a geração de ouro, os chilenos, campeões da Copa América de 2015 e 2016, mas ausente na Rússia e no Catar, ainda pode contar com Arturo Vidal e Alexis Sánchez.

"É muito difícil, com o pouco tempo que temos para trabalhar nas divisões inferiores, produzir grandes jogadoresA formação dos jogadores foi muito encurtada e os tempos foram acelerados" a fim de vender jogadores talentosos para a Europa, diz Lunari.