O Flashscore conversou com Manoel Mizael, diretor administrativo da FLA USA New England, a maior embaixada do Flamengo fora do Brasil, com mais de 400 membros inscritos e em atividade no país norte-americano desde 2017.
Manny, como é chamado, tem 54 anos e mora nos Estados Unidos há quase três décadas. Contou a história da criação da embaixada e as ações já realizadas. Em 2019, durante a disputa da Florida Cup, a alta cúpula do Flamengo convidou o grupo para organizar toda a logística direcionada aos adeptos fora do estádio. Um exemplo da confiança e do prestígio que a embaixada possui junto da direção do clube carioca.

"A nossa embaixada começou com amigos no WhatsApp, falando do Flamengo, e o grupo foi crescendo, uma iniciativa do senhor Eduardo Cosendey, que foi o nosso primeiro presidente. Esse grupo estruturou-se com uma direção, depois contactámos o Flamengo, e o clube deu-nos a possibilidade de sermos um consulado e depois uma embaixada. E assim temos feito, há quase oito anos já, mobilizando muita gente em prol do Flamengo", disse o agente financeiro ao Flashscore.
"Fazemos eventos grandiosos, para mais de mil pessoas em finais de Taça do Brasil, de Libertadores, de Brasileirão. E sempre trazemos jogadores para encontrarem-se com os adeptos. Já trouxemos Raul Plassmann, Rondinelli, Adílio, Mozart, Obina, Ronaldo Angelim, Athirson, Sávio e vários outros nomes. Pagamos o o cachê deles, estadia, alimentação, transporte, e eles vão para a nossa grande festa e encontram-se com os adeptos para dar autógrafos e participar na nossa celebração", contou Mizael ao Flashscore.
Siga o Flamengo - Espérance no Flashscore
_______________________________________________
Patrocinado:
Campeonato do Mundo de Clubes da FIFA - Todos os jogos grátis, exclusivamente na DAZN.
Cria a tua conta aqui e começa a ver
______________________________________________
"Quando erguermos a taça vai ser um orgulho tremendo"
Para o diretor, o Mundial de Clubes nos Estados Unidos representa um momento especial para os flamenguistas que residem no país. O peso da competição e a novidade da remodelação também são grandes chamarizes para os rubro-negros, que sonham com uma nova conquista mundial, depois do título intercontinental de 1981. E Manoel não tem dúvidas de que o Flamengo estará no dia 14 de julho, no MetLife Stadium, levantando a taça de campeão.
"É uma emoção muito grande ver o Flamengo a participar num evento desta magnitude. É um torneio mundial que, pela primeira vez, é no mesmo formato antigo do Mundial de seleções, com clubes do mundo inteiro. Então vai ser um evento expressivo", afirmou.
"Quando erguermos a taça lá na final, vai ser um orgulho tremendo. E ver isso a aconyecer aqui na nossa terra, vai ser uma emoção muito grande. Vimos o Flamengo jogar aqui tantas vezes, ganhar a Florida Cup e outros jogos que já aconteceram nos Estados Unidos, é muito bom saber que a nossa equipa está aqui, num evento desta magnitude", acrescentou o adepto do Flamengo.

A confiança de Manoel baseia-se no trabalho de Filipe Luís. O Flamengo viajou para o Mundial de Clubes da FIFA na liderança do Brasileirão, com 24 pontos, além de ter garantido a passagem aos oitavos de final da Taça do Brasil e da Libertadores.
"Acho que o Flamengo já está num nível bom para este campeonato e tem tudo para passar da primeira fase, juntamente com o Chelsea. E depois, de repente, dependendo do emparelhamento, apanhar alguns jogos mais fáceis e caminhar até à final", projetou Mizael.
"O Flamengo do Filipe Luís tem altos e baixos, mas os altos são muito bons, são muito interessantes. Eu não critico o Filipe Luís ainda, como vejo algumas pessoas a criticar, vejo grande potencial. E acredito que, no Flamengo, tem todas as ferramentas para se tornar um profissional de topo", acrescentou.

Sem Fla-Flu na final
Confiante numa decisão com a presença rubro-negra, o diretor administrativo não acredita que o tradicional Fla-Flu irá repetir-se no MetLife Stadium, no dia 14 de julho. Para Manoel, o Fluminense terá um caminho complicado e um clássico deste porte não seria tão bom nos Estados Unidos, como é no Maracanã.
"Cara, seria legal, mas não acredito que o Fluminense irá longe. Vai defrontar o Borussia Dortmund na primeira jornada. E depois pode apanhar Juventus, Manchester City... não acredito. Não é porque é rivalidade ou a desmerecer o nosso rival. E outra coisa, uma final Fla-Flu, acho que não seria tão boa porque aqui, nos Estados Unidos, não existem tantos tricolores assim, como a quantidade de flamenguistas e de adeptos dos clubes de Minas Gerais", afirmou.

Existem outros adversários que o adepto do Flamengo idealiza numa hipotética final.
"Para ser uma festa bonita, acredito que seria mais interessante uma final Flamengo - River Plate, já que tem muitos adeptos do River Plate por aqui, ou uma final contra o Real Madrid. Fla-Flu é bonito no Maracanã, mas se acontecer também vai ser uma festa bonita", concluiu.
O Flamengo está no Grupo D do Mundial de Clubes, com o Espérance, da Tunísia, Chelsea, de Inglaterra, e Los Angeles Galaxy, dos Estados Unidos.

Movimentação mais modesta
Apesar de representar o maior contingente de adeptos do Flamengo fora do Brasil, a FLA USA New England não terá mobilizações em larga escala para o Mundial de Clubes da FIFA. Mizael explicou ao Flashscore que a decisão foi tomada em função da política de imigração atual do governo norte-americano e a insegurança gerada na comunidade brasileira, já que nem todos estão legais no país.
"Neste ano, em função das atitudes do governo federal, não estamos a fazer nada. Estão a acontecer muitas batidas, principalmente aqui em Massachusetts, onde existem muitos brasileiros. Então, em nome da nossa embaixada, estamos a evitar a aglomeração. Tememos que vários membros da nossa embaixada não estejam aqui de forma legal. Eu já sou cidadão americano, muitos dos meus amigos, membros e familiares também já são, por isso não tenho essa preocupação", contou ao Flashscore.

"Chegámos a ser consultados pelo Flamengo, mas dissemos ao clube que não iríamos participar", acrescentou.
Mesmo com a limitação atual, Manoel acredita que o Mundial de Clubes será uma bonita festa. O diretor confia no sucesso da competição, até mesmo para que possa ser realizada novamente, quem sabe num país com tradição futebolística como o Brasil.
"Espero uma festa bonita. Acredito que, apesar do vazio dos estádios, vai ser uma festa bonita. Aqui o futebol não é tão popular como no Brasil, já vi alguns jogos com estádios não tão cheios e foi bonito do mesmo jeito, jogos da seleção brasileira, inclusive. Espero que o Mundial de Clubes, principalmente nesse formato novo que a FIFA está a apresentar, seja um sucesso, ansioso para ver a sequência da competição também. Espero que um desses torneios aconteça no Brasil", observou o diretor.
Tudo pelo Flamengo
Ao Flashscore, Manoel também falou das loucuras que já fez pelo Flamengo. Quando a paixão chama, não há solução - há sempre forma de poder ver o clube do coração em ação, assim como fará no Mundial de Clubes.
"Sou apaixonado pelo Flamengo, sempre fui. Sou reconhecido no meio como o adepto mais flamenguista de todos. Aqui, nos Estados Unidos, podemos colocar as matrículas dos nossos veículos como quisermos. A matrícula do meu carro é Mengão e a matrícula da minha moto é Mengo. Eu sou assim", salienta o apaixonado adepto rubro-negro.

"Em 2019, trabalhava para o governo federal, então tirar uma folga era meio complicado. Queria ver a final (da Libertadores), consegui o bilhete e pedi ao meu chefe a folga, e ele só me deu o final de semana. Não pensei duas vezes. Apanhei um avião aqui, fui para o Panamá, fiquei três horas por lá, apanhei outro para o Peru, desci, encontrei-me com os amigos para ir buscar o meu bilhete e, de lá, fui direto para o estádio. Depois do Flamengo ter sido campeão da Libertadores, do estádio fui direto para o aeroporto. Saí daqui a uma sexta à noite e segunda de manhã já estava a trabalhar", recordou.
"Fiz algo parecido com isso no Mundial de Clubes em Marrocos. Fui e voltei no mesmo fim de semana, e olha que o Flamengo, quando cheguei a comprar o bilhete, só teria hipóteses de conquistar o terceiro lugar e, mesmo assim, eu fui. Enfim, essas são loucuras que eu faço pelo clube. Algumas até acabam por doer na carteura. Já tenho bilhetes para a primeira fase do Mundial comprados e também para a final, onde o Flamengo estará, porque eu sei. Se não chegar, a vende o bilhete, mas vai chegar, tenho a certeza. O Flamengo vai à final", voltou a projetar Manoel.
