Uma das jogadoras mais conhecidas do futebol feminino, Morgan espera que outras equipas nacionais acabem por vencer as suas próprias batalhas pela paridade salarial.
"Sempre que você deixa de concentrar-se no jogo e no seu trabalho, isso é uma distração desnecessária. Por isso, não ter distrações, como ter de lutar pela igualdade de salários e de condições de trabalho, nunca mais, é uma sensação muito boa. Espero que em breve seja esse o caso de todas as jogadores do mundo a nível internacional", disse a atacante aos repórteres em Auckland.
A equipa dos Estados Unidos, liderada por nomes de grande visibilidade como Morgan, Megan Rapinoe (38 anos) e Carli Lloyd (41 anos), apresentou há vários anos uma queixa contra a Federação de Futebol dos Estados Unidos alegando discriminação salarial.

A sua luta acabou por conduzir a um acordo de negociação coletiva histórico que foi anunciado em maio de 2022 e que significa que as equipas masculina e feminina dos EUA partilhariam equitativamente os prémios monetários do Campeonato do Mundo.
Muitas outras selecções femininas lutam pelas mesmas condições, com as canadianas a ameaçarem entrar em greve no início deste ano devido a questões salariais, financeiras e contratuais.
Repetição da final de 2019
A campanha triunfante da equipa dos EUA no Campeonato do Mundo em França, em 2019, foi disputada com essa batalha fora do campo a pairar sobre elas. Os cânticos de "Equal Pay" soaram nas bancadas depois de terem vencido a Países Baixos por 2-0 na final.

"O ponto em que estávamos em 2019 e o ponto em que estamos agora é quase o mesmo, mas também não podia ser mais diferente", disse Morgan, enquanto ela e a sua equipa se preparam para enfrentar novamente as neerlandesas na quinta-feira.
"Estávamos a travar uma batalha legal fora do campo e a tentar conquistar os corações e as mentes do mundo e provar o nosso valor. Desta vez, não temos de nos preocupar com nada fora do campo. É uma sensação muito boa e temos de trabalhar sempre que entramos em campo", assumiu.
"A US Soccer fez um ótimo trabalho ao apoiar-nos, o que não é o caso de muitas outras federações ao redor do mundo", prosseguiu.

Morgan, que participa no seu quarto Campeonato do Mundo, desperdiçou um penálti quando os EUA começaram a sua campanha na Nova Zelândia com uma vitória por 3-0 sobre o Vietname no sábado.
Já os Países Baixos derrotaram Portugal por 1-0 no seu primeiro jogo no Grupo E, preparando a repetição da final de 2019.
"Vimos os Países Baixos na outra noite e eles têm muitos das mesmas jogadoras de quando jogámos contra elas há quatro anos. Têm uma formação um pouco diferente, mas continuam a ter o mesmo pessoal e isso é importante para a química da equipa, por isso sabemos que temos de dar o nosso melhor", analisou.