Análise: primeira jornada do Mundial mostrou maior aproximação dos pequenos países

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Análise: primeira jornada do Mundial mostrou maior aproximação dos pequenos países

Batcheba Louis, do Haiti, e Alex Greenwood, da Inglaterra, disputam a bola
Batcheba Louis, do Haiti, e Alex Greenwood, da Inglaterra, disputam a bolaAFP
Com a primeira jornada da fase de grupos praticamente concluída, os rumores de que o primeiro Mundial de 32 seleções seria marcado por uma série de confrontos embaraçosos parecem ter sido amplamente descartados.

É verdade que a estreia de Marrocos no torneio foi dolorosa, com uma goleada de em Melbourne diante da Alemanha (6-0), uma das favoritas.

A Zâmbia também sofreu uma pesada derrota para o Japão (5-0), ex-campeão do mundo, mas não houve nada ao estilo da estreia dos Estados Unidos na sua campanha gloriosa no Mundial-2019, iniciado com vitória esmagadora sobre a Tailândia (13-0).

A Inglaterra, outra das favoritas, teve dificuldades em derrotar uma seleção haitiana classificada em 53º lugar no ranking mundial e que faz a sua estreia no Campeonato do Mundo.

Lauren James dribla a defesa haitiana Betina Petit-Frere
Lauren James dribla a defesa haitiana Betina Petit-FrereAFP

As campeões europeias só conseguiram uma vitória pela margem mínima, graças ao penálti cobrado por Georgia Stanway.

Esperava-se que os Estados Unidos marcassem muitos golos contra o Vietname, 32º classificado no ranking mundial, mas ficaram por uma vitória por 3-0 em Auckland, apesar de terem falhado um penálti e de a contagem de remates ter sido de 26-0.

Da mesma forma, a Espanha venceu a Costa Rica (3-0), mas poderia ter sido mais: foram 46 remates contra um do adversário.

"O futebol cresceu e muitas federações também, por isso é ótimo ver tantos países a chegar e a causar uma ótima impressão no cenário mundial", disse a defesa Naomi Girma, dos Estados Unidos.

O crescimento do futebol

A FIFA supervisionou a rápida expansão do Mundial feminino, que passou de 16 seleções em 2011 para 24 nas duas últimas edições, e agora 32 pela primeira vez este ano. Oito seleções disputam a competição pela primeira vez, e a exposição a esta fase será um bom aliado para o futuro, mesmo que haja algumas derrotas mais pesadas pelo caminho.

As jogadoras dos EUA posam para uma fotografia antes da estreia no Campeonato do Mundo contra o Vietname
As jogadoras dos EUA posam para uma fotografia antes da estreia no Campeonato do Mundo contra o VietnameAFP

"Faz parte do crescimento do desporto. Elas vão melhorar a partir daqui", foi como a estrela americana Megan Rapinoe descreveu o possível impacto na Tailândia da derrota por 13-0 em Reims, em 2019.

Esse resultado é um recorde no torneio, enquanto na edição de 2015 no Canadá a Alemanha goleou a Costa do Marfim por 10-0 e a Suíça venceu o Equador por 10-1.

Jamaica mostra o caminho

Enquanto Marrocos, Zâmbia e Panamá - goleado pelo Brasil (4-0) nesta segunda-feira - curam as suas feridas, outros participantes do torneio deste ano serão galvanizados pelas suas atuações iniciais. Não menos importante, a Jamaica. Os jamaicanos perderam os três jogos da fase de grupos em 2019, incluindo uma derrota pesada contra a Itália. No domingo, a Jamaica empatou com a França sem golos.

"O fosso entre as nações está a diminuir e é exatamente disso que este desporto precisa para produzir grandes torneios. Veja o jogo entre Inglaterra e Haiti. Não havia nada entre elas", disse a guarda-redes jamaicana Rebecca Spencer.

"A França estava acostumada a superar as adversárias na primeira partida, mas isso vai mudar porque o futebol feminino está a tornar-se mais forte", disse o técnico francês Hervé Renard.

O futebol feminino em geral está a beneficiar de um maior investimento, tanto a nível de clubes como a nível internacional, e o prémio da FIFA para o Campeonato do Mundo deste ano, de 152 milhões de dólares (137 milhões de euros), é o triplo do de há quatro anos.

"Muitas pessoas que ainda acreditam que o futebol feminino não é um grande jogo ou não é tão divertido ou é uma cópia ruim do futebol masculino, quando assistirem a um jogo pela primeira vez, verão que é um jogo fantástico e muito divertido", disse o presidente da FIFA, Gianni Infantino, na véspera do torneio.

No entanto, embora a diferença esteja a diminuir, as equipas da América do Norte e da Europa, em particular, continuam a ter vantagem sobre os adversários de outros continentes. Pelo menos, um maior número de lugares no Campeonato do Mundo oferece aos restantes países mais oportunidades de se testarem contra os melhores do planeta.

"Isto dá-nos alento e esperança de que podemos competir de igual para igual com as equipas europeias", disse o treinador da Argentina, German Portanova, depois da sua equipa ter sido derrotada pela Itália (1-0) nesta segunda-feira.