Mesmo que perca o jogo contra a França, o Brasil tem tudo para passar aos oitavos de final. Mas, para ir mais longe, é fundamental que a canarinha se classifique em primeiro do Grupo F.
Isso porque, quem passar em segundo, deve enfrentar a toda-poderosa Alemanha, logo nas oitavos de final.
As atuais vice-campeãs europeias golearam Marrocos por 6-0 na estreia e estão muito perto de confirmarem a primeira posição do Grupo H.
"Num encadeamento bom, poderíamos dizer que o objetivo do Brasil deveria ser alcançar os quartos de final, mas a seleção caiu no lado mais difícil do sorteio. Assim, o objetivo da equipa vai depender muito de se vai terminar na primeira ou na segunda posição", disse ao Flashscore Taís Viviane, comentadora desportiva.
"Se apanhar a Alemanha, aí dificilmente o Brasil conseguirá avançar. Se terminar líder do seu grupo, deve ter um cruzamento bastante acessível com Colômbia, Coreia do Sul ou Marrocos. Por esse caminho, a tendência seria avançar e apanhar provavelmente Canadá ou Austrália nos quartos de final", acrescentou Viviane.
"O Brasil chegaria em pé de igualdade contra qualquer uma dessas duas seleções, seria um duelo sem um favorito claro. Procurar uma vaga nas meias-finais não seria absurdo, mas aí um adversário do naipe de Alemanha ou Inglaterra seriam o teto máximo do Brasil", completou.
"A França é a favorita, mas com as baixas por lesão e com a chegada muito recente de Hervé Renard, a distância entre Brasil e França diminuiu", afirmou.
Francesas com problemas
As Bleus chegaram à Oceânia com muitas ausências e podem não ter sua principal defesa contra o Brasil. Wendie Renard ainda recupera de lesão e está em dúvida.
Na primeira jornada, a França apenas empatou a zero com a estreante Jamaica. E para seguir na liderança do grupo, a seleção brasileira precisa apenas de um empate este sábado.
Na última jornada da fase de grupos, o Brasil enfrenta a Jamaica, enquanto as francesas devem ter vida fácil contra o Panamá.
Em caso de triunfo contra as francesas, e tropeço das jamaicanas contra as panamenhas, o Brasil classifica-se na primeira posição com uma jornada de antecedência.
Tabu a quebrar
As brasileiras nunca venceram as francesas. Em 11 partidas, foram 6 empates e 5 triunfos das europeias.
O último embate foi em fevereiro do ano passado, no Torneio de França, e as anfitriãs venceram por 2-1.
A boa notícia para a equipa de Pia Sundhage é que os últimos resultados foram muito equilibrados.
Como passar pelas melhores seleções do mundo?
"A diferença que o Brasil tem em relação às principais favoritas não pode ser tirada num ciclo só. Vai ser necessário um trabalho de muitos anos para que o Brasil possa estar entre as favoritas", explicou Viviane.
"Como fazer para chegar a esse patamar? Valorização da formação e do campeonato nacional. Desde que chegou no Brasil, a Pia pede uma seleção sub-15 feminina que ainda não foi criada, mais competições nacionais de formação, e que os clubes passem a ter equipas sub-15, sub-13, ou que as meninas tenham mais hipóteses de fazer essa iniciação no futebol em equipes mistas, se for preciso", concluiu.
A Alemanha, por exemplo, além de ter um dos campeonatos nacionais mais fortes do mundo, tem uma seleção sub-15 desde 2014.