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Em fevereiro, quando as Bleues venceram o Tourneio de França, era ficção científica imaginar Eugénie Le Sommer como titular no Campeonato do Mundo. A avançada não era convocada por Corinne Diacre desde 2021, consequência lógica de uma relação que havia azedado durante o Mundial-2019. Na altura, a treinadora não hesitou em criticar o posicionamento de Le Sommer, contra as suas indicações tácticas.
"Há 20 meses que Eugénie joga à esquerda comig. Se olharmos para todos os jogos de preparação, ela nunca jogou no centro comigo. E quando ela jogou no centro com o seu clube, não se pode dizer que foi onde ela se saiu melhor. Até eu lhe disse: porque é que ficas na esquerda? Não era essa a ideia nem o nosso plano de jogo. Mas foi o que ela fez. Porque é que ela o fez? Acho que falaremos disso mais tarde", disse na altura Diacre.
Embora tenha continuado a ser convocada posteriormente, aproveitando a oportunidade de ultrapassar os 80 golos de Marinette Pichon em 2020, Le Sommer foi despromovida, tanto pela idade como pelo aparecimento de Marie-Antoinette Katoto, Kadidiatou Diani e Delphine Cascarino. A sua carreira internacional parecia ter chegado ao fim, ao perder o Euro nesse ano.
De volta à glória
Mas então veio o "Noël Le Graët-gate" e o anúncio de que a capitã Wendie Renard seria retirada da seleção no dia seguinte ao Torneio da França precipitou a queda de Diacre. Os dias de austeridade foram-se, substituídos pelo sorriso ultra-brilhante de Hervé Renard. E perante as saídas de Katoto e Cascarino, ambas lesionadas, ele trouxe Le Sommer de volta ao grupo e aqui está ela, uma titular de 34 anos na Austrália. Desde o seu regresso em abril, ela já balançou as redes três vezes (duas contra a Colômbia e uma contra a Irlanda) - 180 internacionalizações e 89 golos no geral.
O estilo ofensivo da seleção gaulesa continua a ser uma fonte de preocupação para o confronto com o Brasil. O empate com a Jamaica (0-0) confirma as dificuldades que as jogadoras enfrentaram nas duas últimas partidas. O regresso de Selma Bacha beneficiaria o jogo de Le Sommer, já que ela seria menos obrigada a correr para um lado para gerar movimentação.
Há 4 anos, nos oitavos de final, a ELS não marcou qualquer golo contra a canarinha. No sábado, ela tem a oportunidade de se redimir. Muitas vezes decisiva com as Bleues, um golo aos 90 minutos viria no momento certo para reanimar uma equipa francesa atormentada por dúvidas e já a jogar pela sua sobrevivência neste Mundial.