A FIFA acredita que o torneio na Austrália e na Nova Zelândia está no bom caminho para ser o evento desportivo feminino autónomo com maior participação de sempre.
"O tipo de dissonância cognitiva aceitável e a negação do que realmente somos e de como os desportos femininos são incríveis... esses dias já lá vão. E essa seria uma posição muito difícil e embaraçosa de manter", disse Rapinoe, histórica jogadora dos Estados Unidos, adversária de Portugal no Mundial.
"Parece que esta é uma mudança de paradigma ou um momento em que vamos olhar para trás e dizer que nada foi igual depois deste Campeonato do Mundo Feminino", prosseguiu na análise.
A vencedora da Bola de Ouro de 2019 foi uma voz importante na luta pela igualdade salarial da sua equipa com a US Soccer e ficou famosa por ter discutido com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, enquanto competia no Mundial-2019. Agora, tudo é diferente e o Mundial-2023 assume papel importante.
"Parece uma oportunidade real para explodir todo o tipo de negócios em torno deste desporto. Felizmente, todos estão a avançar na direção certa e na mesma direção agora. E o céu é o limite a partir de agora", disse Rapinoe.
"Não estou preocupado com a inexperiência"
Com 14 das 23 jogadoras dos EUA a estrearem-se em fases finais de um Campeonato do Mundo e com o treinador Vlatko Andonovski ao leme, depois de um período de extraordinário sucesso com a anterior treinadora Jill Ellis, os adeptos americanos podem esperar uma equipa diferente de 2019.
"A competição não vai ser mais fácil do que as anteriores", disse Andonovski, que viajou para o Catar no ano passado para trabalhar com a equipa masculina dos EUA.
"Estamos sempre a ouvir que a competição está a ficar mais próxima e que está a ficar mais difícil. Na verdade, acho que a competição começou a ficar mais difícil há 25 anos e nós tínhamos uma equipa excelente", defendeu.
Andonovski, que levou a equipa à medalha de bronze olímpica em Tóquio há dois anos, não chegou a nomear uma nova capitã de equipa, depois de a defesa Becky Sauerbrunn ter sido forçada a falhar o torneio devido a lesão.
Mas deixou claro que vai contar com um grupo restrito de jogadoras experientes - incluindo Rapinoe, a atacante Alex Morgan e a média Lindsey Horan - para guiar a equipa na direção certa.
"Não estou preocupado com a inexperiência. Elas vão liderar o jovem grupo", prometeu.