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Mundial feminino: Estarão as lesões a conduzir a seleção francesa ao desastre?

Wendie Renard deverá ficar de fora contra o Brasil
Wendie Renard deverá ficar de fora contra o BrasilAFP
A lesão de Wendie Renard é mais um novo revés para Hervé Renard. Com a capitã provavelmente fora do jogo contra o Brasil devido a uma lesão no gémeo da perna, a seleção francesa treme com a possibilidade de uma derrota significar a eliminação precoce na fase de grupos.

Acompanhe aqui as incidências do encontro

Quando substituiu Corinne Diacre no comando técnico, Hervé Renard sabia que a tarefa de conduzir a equipa aos Jogos Olímpicos de 2024 não seria fácil. Mas assim tanto? Para além das lesões de Marie-Antoinette Katoto e Griedge Mbock, anteriores à sua chegada, as francesas parecem ter sido atingidas por uma série de contratempos.

Primeiro foi Delphine Cascarino, uma essencial peça nas alas, que sofreu uma rutura do ligamento cruzado. Depois, Amandine Henry teve de se retirar com uma lesão no gémeo. Oriane Jean-François também teve de abandonar com uma lesão no adutor.

Lakrar para substituir Renard?

E tudo isso antes de chegarem ao hemisfério sul. O último jogo de preparação, com a anfitriã Austrália, terminou em derrota (1-0), e a lesão no tornozelo de Selma Bacha levou o treinador a mudar o esquema tático para o jogo de abertura com a Jamaica, passando do 4-3-3 para o 4-4-2, sem qualquer efeito percetível (0-0). Dois dias antes da partida inaugural contra as Reggae Girlz, Elisa de Almeida, a primeira escolha na defesa ao lado de Wendie Renard, foi afastada com um problema na coxa.

A inclusão de Estelle Cascarino na equipa titular não foi muito convincente. Mas a jogadora do Manchester United continua a ser uma opção, já que agora é a vez de Renard estar em dúvida. A capitã, que também está lesionada, luta contra o tempo para estar apta para a partida de sábado contra o Brasil. Isto pode levar um eixo composto por Elisa de Almeida e Cascarino. No entanto, o mais provável é que Maëlle Lakrar volte a jogar como defesa central, o que significa que Ève Périsset, que perdeu um pouco de protagonismo desde a saída de Diacre, será titular na lateral direita.

Diani à procura do seu melhor

Se a defesa é o assunto mais urgente, o ataque não é menos stressante. Kadidiatou Diani voltou aos relvados na altura certa depois de uma fratura na clavícula no último jogo da temporada, mas o esquema 4-4-2 não conseguiu aproveitar todo o seu potencial, mesmo que ela tenha estado perto de marcar o golo da vitória aos 89 minutos. O seu posicionamento reflete as dificuldades atuais de Hervé Renard em encontrar a fórmula certa.

Com medo de deixar muito espaço no meio-campo, optou por uma formação mais equilibrada, o que poderia levá-lo a colocar Bacha no meio-campo em vez de na frente de ataque. Muito enfranquecido e limitado no ataque, as alternativas não são muitas, tal como demonstram as apenas duas substituições feitas no último encontro em vez das cinco. Vicki Becho fez uma excelente partida. Por outro lado, ainda não se sabe se Naomie Feller (coxa) vai estar disponível, embora as últimas notícias sejam animadoras.

Tendo em conta o último jogo das brasileiras, ainda que contra um modesto Panamá (4-0), é difícil acreditar que as Bleues voltem ao 4-3-3 utilizado antes da competição. E, mais do que a organização, como é que o treinador se vai desenrascar sem a capitã, tanto nas fases defensivas como nas bolas paradas?

Wendie Renard pode ser decisiva dos dois lados do campo e virar uma partida do avesso. Quatro anos depois de terem eliminado o Brasil nos oitavos de final, as francesas não apresentam a mesma serenidade. Uma derrota pode resultar numa saída inesperada, um verdadeiro fiasco.