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Curiosidades do Euro-2025 feminino: O poderio alemão, o registo de Portugal e a fúria de La Roja

Maddli, a mascote do Euro-2025
Maddli, a mascote do Euro-2025Daniela Porcelli / GETTY IMAGES EUROPE / Getty Images via AFP
A Suíça recebe pela primeira vez o Campeonato da Europa Feminino. A 14.ª edição da prova continental conta com a participação de 16 seleções, entre as quais Portugal, e será disputado em quatro grupos de quatro, com os dois primeiros classificados de cada grupo a avançarem para a fase a eliminar. Polónia e País de Gales são as únicas seleções em estreia.

A fase final do certame europeu terá lugar de 2 a 27 de julho e será disputado em oito cidades da Suíça: Basileia, Berna, Genebra, Zurique, St. Gallen, Lucerna, Thun e Sion. O jogo de abertura (a envolver a anfitriã Suíça) e a final serão disputados no St. Jakob-Park, casa do Basileia, o maior estádio de futebol em solo helvético.

No sorteio, que se realiza esta segunda-feira, dia 16, as seleções estarão divididas em quatro potes e cada grupo irá contar com uma seleção de cada um dos quatro potes.

Popp é uma das referências da Alemanha
Popp é uma das referências da AlemanhaINA FASSBENDER / AFP

Poderio alemão

Além de ser a única seleção com presença em todas as edições, a par da Itália, a Suécia conquistou a primeira edição do Euro (1984). Mas a grande referência da história dos Europeus é a Alemanha. A seleção germânica conquistou 8 das 13 edições (62%) e chegou à final em 9 das últimas 11 edições, exceções para as edições de 1993 e 2017, contabilizando apenas três derrotas - Noruega (2013, fase de grupos), Dinamarca (2017, quartos de final) e Inglaterra (2022, final).

Lista de palmarés:

Alemanha: 8 títulos (1989, 1991, 1995, 1997, 2001, 2005, 2009 e 2013)

Noruega: 2 (1987 e 193)

Suécia: 1 (1984)

Países Baixos: 1 (2017)

Inglaterra: 1 (2022)

Segundo os dados estatísticos da Opta, a Alemanha é ainda a seleção com mais golos marcados em Euros, com 102 remates certeiros em 46 jogos. Já a Inglaterra é a seleção com mais golos marcados numa única edição (22 golos em seis jogos), no caso em 2022, em que alcançou o troféu.

Espanha conta com várias figuras do futebol europeu e mundial
Espanha conta com várias figuras do futebol europeu e mundialAlain JOCARD / AFP

Campeã do mundo sonha com mais no Euro

Uma das seleções mais entusiasmantes dos últimos anos, apesar dos graves problemas internos decorrentes do caso Rubiales, a Espanha apresenta-se na Suíça com o estatuto de campeã Mundial, para aquela que será a sua 6.ª participação na fase final de um Campeonato da Europa.

Alexia Putellas, Aitana Bonmatí e companhia vão querer replicar o feito da Alemanha - única seleção com título europeu e mundial no palmarés -, mas para isso vão ter de lutar contra a própria história. É que, desde 2013, a La Roja foi sempre eliminada nos quartos de final.

O raio de ação de Irene Paredes nos últimos três Europeus
O raio de ação de Irene Paredes nos últimos três EuropeusOpta

Ainda assim, segundo dados da Opta, a seleção espanhola detém um registo particularmente interessante: equipa com mais passes do que qualquer outra equipa nesse período (6.363). Ou seja, uma média de 530 passes/jogo. Nenhuma outra seleção teve média superior a 392 passes completos por jogo.

A defesa Irene Paredes, do Barcelona, que foi ausência notada na última convocatória de Montse Tomé, é a única jogadora que realizou mais 1000 toques na bola nas últimas três edições do Euro (1.243), sendo também a jogadora com mais passes realizados nesse período (883), como destaca a fonte estatística acima mencionada.

Portugal com lugar no Euro-2025
Portugal com lugar no Euro-2025André Sanano / FPF

Portugal garantiu novo passaporte

Depois de garantir a primeira presença na fase final de uma grande competição em 2017, Portugal ganhou espaço, respeito e credibilidade na cena internacional com as presenças consecutivas no Euro-2022, Mundial-2023 e, mais recentemente, com o lugar reservado para o Euro-2025.

A equipa das quinas, que esteve imbatível em 2024 (10 vitórias e dois empates), participa, então, no seu terceiro Campeonato da Europa, com o objetivo de dar uma imagem diferente das duas primeiras participações.

Entre as seleções com pelo menos duas edições no currículo, Portugal apresenta o pior desempenho defensivo, sofrendo em média 2,5 golos/jogo (15 golos sofridos em seis jogos), sendo, a par da Suíça, a única seleção que nunca passou a fase de grupos da prova.

Birgit Prinz é um nome histórico da seleção alemã
Birgit Prinz é um nome histórico da seleção alemãChristof STACHE/AFP

Lenda de Prinz e golos de Popp

Não seria possível falarmos do Campeonato da Europa Feminino sem falar em Birgit Prinz. Com mais de 200 internacionalizações e mais de 100 golos ao serviço da seleção da Alemanha, a antiga avançada é um nome incontornável da história da competição.

Segundo os dados da Opta, a antiga internacional germânica detém vários recordes dignos de registo: maior número de títulos (5), maior número de partidas disputadas (23), maior número de golos (10, em igualdade com a compatriota Inka Grings), maior número de fases finais com pelo menos um golo (5), maior número de golos em finais (5), além de ser a jogadora mais jovem e mais velha a marcar numa final (17 anos e 152 dias em 1995; 31 anos e 320 dias em 2009).

A forma recente da Alemanha
A forma recente da AlemanhaFlashscore

Não menos importante na história do futebol germânico, Inka Grings (seis golos em 2005) e Alexandra Popp (seis golos em 2022) são as melhores marcadoras numa única edição do Euro, a par da inglesa Beth Mead (seis golos em 2022).

A icónica Alexandra Popp marcou mais golos em grandes torneios (Mundiais e Euros) do que qualquer outra jogadora europeia em atividade. Ela fez balançar as redes 13 vezes em 23 partidas (7 golos em Mundiais e 6 no Euro) – nove desses 13 golos foram de cabeça, de acordo com a Opta.

Os golos de Popp em Mundiais e Euros
Os golos de Popp em Mundiais e EurosOpta

Mas os golos não vivem só das grandes goleadoras. O mérito também deve ser atribuído a quem faz o último passe. E nesse capítulo há dois nomes que saltam à vista: Kosovare Asllani (Suécia) e Beth Mead (Inglaterra).

Além de ser a jogadora em atividade com o maior número de partidas disputadas no Euro (18), estando a cinco jogos de igualar o recorde de Prinz, a internacional sueca Asllani é a jogadora com mais assistências nas últimas três edições do Euro, com seis passes para golo. Por outro lado, a inglesa Mead detém o recorde de assistências num único torneio nesse período, com quatro passes para golo na edição de 2022.

Beth Mead esteve diretamente ligada a 10 golos no Euro-2022
Beth Mead esteve diretamente ligada a 10 golos no Euro-2022Opta

Já a francesa Eugénie Le Sommer esteve envolvida em mais golos do que qualquer outra jogadora europeia nos últimos seis grandes torneios (Mundial e Euro), marcando 11 golos e dando cinco assistências. Além disso, ela foi a jogadora que mais finalizou nesse período, com 82 remates (média de 2,9 por partida).

Sarina Wiegman defende título europeu na Suíça
Sarina Wiegman defende título europeu na SuíçaCarl Recine / GETTY IMAGES EUROPE / Getty Images via AFP

Efeito Wiegman

Outro dos rostos de maior sucesso na história recente da competição é Sarina Wiegman. A treinadora neerlandesa venceu todas as 12 partidas como treinadora na prova. Ela venceu seis encontros com os Países Baixos, em 2017, e outros seis com a Inglaterra, em 2022, tendo conquistado a prova ao serviço das duas seleções.

Sarina Wiegman é mesmo a única treinadora a vencer o Euro com duas seleções diferentes. Portanto, em 2025, ela tem como objetivo tornar-se a primeira treinadora a vencer o torneio em três edições consecutivas, desde o feito de Tina Theune, da Alemanha.

A forma recente de Inglaterra
A forma recente de InglaterraFlashscore

"Ela mantém uma boa relação com as jogadoras porque é muito clara ao dizer aquilo que espera de nós em termos individuais e coletivo. Poucos treinadores são tão diretos e claros. Fala sempre com muito respeito quando explica as suas decisões técnicas e táticas, dando a devida atenção a cada uma. Não é daquelas treinadoras que cria um grande fosso na ligação entre treinadora e jogadoras", explicou a antiga internacional neerlandesa Anouk Dekker, em entrevista ao Flashscore por altura do Mundial-2023.