Desde o final do Campeonato do Mundo de 2022 e a chegada de Ronald Koeman, o ambiente entre a Laranja Mecânica tem sido pouco animador. No entanto, a chegada de novos jovens à seleção deverá ser benéfica e injetar sangue novo. Mas, apesar de alguns resultados decentes, os comentadores não estão propriamente entusiasmados com o conteúdo.

Esta é uma avaliação relativamente correta, uma vez que os Países Baixos não se deixaram levar pelo entusiasmo e o estilo de jogo de Koeman deixa algo a desejar. Apesar de Koeman ter tido de lidar com uma enfermaria bastante cheia contra os bleus, o facto é que a sua equipa não conseguiu inspirar na Arena Johan Cruyff.

Os adeptos da Laranja Mecânica devem, por isso, esperar que a qualificação lhes traga tranquilidade, mas tal ainda não é o caso, uma vez que a Grécia vai jogar com todo o coração.

Confiança em baixa

No dia 9 de dezembro de 2022, Louis van Gaal esteve muito perto de realizar mais um feito com a sua seleção. Lionel Messi e companhia decidiram o contrário, mas a Laranja Mecânica estava na moda há quase um ano. Agora, estão a atravessar a campanha de qualificação para o Euro 2024 de forma bastante anónima. Uma das razões para tal é a ausência de estrelas, e Koeman não tem nada a ver com isso. A equipa francesa também contribuiu para os ofuscar.

Mas é um facto que, quando Memphis Depay está ausente, não há ninguém que possa compensar a ausência e iluminar uma equipa sem talento ofensivo. Mas não sejamos demasiado pessimistas, pois há alguns jogadores promissores como Donyell Malen, Brian Brobbey, Calvin Stengs, Cody Gakpo, Noa Lang e Xavi Simons. Mas, por enquanto, eles ainda não assumiram o comando.

Contra a França, o jogador do RB Leipzig não brilhou, tal como os companheiros, que não conseguiram tomar o destino nas suas próprias mãos - porque uma vitória teria sido um alívio. De facto, nas outras posições, há também alguns jovens jogadores muito interessantes, mas nenhum se destacou verdadeiramente sob o comando de Koeman desde o início de 2023. No entanto, a equipa no seu todo, embora ainda haja muito espaço para melhorar, conseguiu passar até agora contra a Grécia e a Irlanda, adversários que precisam de ser derrotados para chegar à Alemanha.

No entanto, com o jogo decisivo em Atenas à porta, a equipa holandesa parece estar atormentada por dúvidas. Sobretudo quando o capitão Virgil van Dijk não conseguiu tranquilizar a equipa desde o início da época, o que se confirmou na sexta-feira.

Jogo pouco espetacular...

Com uma média de 1,90 pontos por jogo em 20 jogos disputados durante a sua primeira passagem entre fevereiro de 2018 e agosto de 2020, Ronald Koeman e a equipa neerlandesa tinham encantado os comentadores com o seu jogo ofensivo e resultados convincentes. Infelizmente para ele, teve de lidar com o facto de o Euro-2020 ter sido adiado por um ano, enquanto a sua equipa estava em grande forma, e não pôde confirmar isso num grande torneio.

É verdade que houve a medalha de prata na primeira edição da Liga das Nações, em junho de 2019, mas isso era muito pouco para ficar satisfeito. Koeman tinha feito uma mudança para o Barcelona no verão de 2020, mas recuou no ano passado quando concordou em regressar para gerir a Laranja Mecânica - apesar de a sua aventura catalã não ter corrido como planeado.

Assim, a ideia da KNVB (Koninklijke Nederlandse Voetbal Bond, o nome da federação neerlandesa de futebol) era trazer de volta um treinador que tivesse tido algum sucesso recente. Frank de Boer não tinha encantado as multidões e Van Gaal assumiu o seu famoso papel de bombeiro para limitar os danos - um papel que cumpriu muito bem, mantendo-se invicto durante todo o seu mandato.

Mesmo assim, o estilo de jogo da Laranja Mecânica não é exatamente brilhante, e o campeão da Liga dos Campeões de 1992 está lá para reanimar uma equipa relativamente apática. Famosa pelo seu estilo de jogo ofensivo, a seleção neerlandesa já não faz vibrar as multidões, o que se deve também a uma geração pouco talentosa, ainda que alguns dos seus jogadores tenham grande potencial.

Nos últimos meses, Depay e os companheiros de equipa não se destacaram contra a França em nenhum dos dois encontros, e os resultados contra a Grécia e a Irlanda foram bastante lisonjeiros. Em termos de jogo, os franceses não foram capazes de dominar o adversário (que era muito inferior a eles), como deveriam ter feito. Com pouca capacidade ofensiva e uma identidade ainda pouco clara, os Países Baixos não inspiraram medo.

Esta segunda-feira, contra a equipa de Gustavo Poyet - que tinha a possibilidade de se qualificar se vencesse a Irlanda - os homens de Koeman terão a oportunidade de mostrar que merecem o seu lugar no Euro-2024, mesmo sem alguns jogadores-chave como Matthijs de Ligt, Frenkie de Jong e Gakpo.