Jugas fala numa nuvem de pessimismo na Polónia: "Ninguém acredita na qualificação direta"

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Jugas fala numa nuvem de pessimismo na Polónia: "Ninguém acredita na qualificação direta"

Jugas está agora a jogar pelo Cracovia, na Polónia.
Jugas está agora a jogar pelo Cracovia, na Polónia.Profimedia
Na terceira época, Jakub Jugas joga no Cracóvia e, no verão, regressou à seleção nacional da República Checaapós cinco anos. Agora, o jogador de 31 anos vai estar atento à forma como os compatriotas vão lidar com o importante jogo contra a Polónia, na sexta-feira, onde podem garantir os seus bilhetes para o Europeu. "Eles já estão a preparar-se para o duelo na Polónia e não nós", pensa Jugas antes do último confronto dos grupos de qualificação.

A situação é clara. Se os checos vencerem na sexta-feira e a Moldávia perder pontos ao mesmo tempo, passarão para o Campeonato da Europa na Alemanha, juntamente com a Albânia, à custa da Polónia. "O ambiente futebolístico aqui não é nada bom neste momento. Os polacos estão a contar ir ao play-off, já ninguém acredita na qualificação direta. Teríamos de ter um colapso total, e isso não vai acontecer. Também estou convencido de que vamos ganhar pelo menos um ponto na Polónia. E se não conseguirmos, garantiremos o Europeu com uma vitória contra a Moldávia", disse Jugas em entrevista ao eFotball.

O jogador acrescentou ainda que os checos vão enfrentar o inferno em Varsóvia na sexta-feira. "Não é que os polacos vão lá apenas para jogar, estão convencidos de que vão ganhar. Só não esperam que seja suficiente. Eles já estão a preparar-se para o play-off, e não nós", acrescentou o jogador do Cracóvia.

Ninguém esperava um empate com a Moldávia

Os polacos ficaram numa situação crítica ao empatarem com a Moldávia (1-1)1, o que colocou a equipa checa de novo em vantagem. Como foi a situação no país dos nossos vizinhos de leste após a derrota inesperada? "Absolutamente terrível. Houve uma enorme onda de negação. Com todo o respeito pela Moldávia, que é uma equipa abaixo da média, ninguém na Polónia pensou num tropeção contra eles. Estão resignados com o facto de esta derrota lhes custar a qualificação direta para o campeonato. Penso que já se conformaram com o facto", afirmou Jugas.

O inesperado tropeço já era passado para o técnico Michal Probierz, que substituiu o demitido Fernando Santos em setembro. E Jugas conhece bem o novo treinador da Polónia. Afinal, foi Probierz quem o levou para o Cracóvia em 2021.

"Ele é uma lenda do futebol polaco, a sua palavra tem muito peso junto dos adeptos. Pelo que foi uma escolha lógica para ele passar para o banco da seleção nacional. Não posso dizer uma palavra má sobre ele. É um treinador que sabe trabalhar muito bem com os jogadores. Ele sabe muito bem quando deve soltar as rédeas e quando deve apertá-las. Além disso, é um tipo que defende sempre as suas decisões. Isso só é evidente no facto de não ter levado Arkadiusz Milik para a seleção nacional, o que causou muitas reacções tempestuosas na Polónia. No entanto, este treinador nunca teve medo de tomar decisões difíceis. Ele sempre esteve pronto para assumir toda a responsabilidade por elas", observou Jugas.

A classificação do Grupo
A classificação do GrupoFlashscore

Depois do jogo com a Albânia, a estrela Robert Lewandowski também foi criticada, mas nada mudou a sua proeminência. "Toda a gente na Polónia lhe dá muito crédito. Ele é uma lenda mundial e toda a gente sabe isso muito bem. Penso que não há nada para falar aqui. Tudo gira em torno de Lewandowski na Polónia e o seu desempenho contra a Moldávia não mudou isso", acrescentou o guarda-redes de trinta e um anos, que não está a viver um momento feliz no Cracóvia.

Cracóvia em crise

Em termos de clube a sua equipa sofreu duas derrotas apertadas por 0-1, caiu para a 15.ª posição. Está a dois pontos dos lugares de despromoção. "Infelizmente, tenho um pouco a sensação de que a nossa situação ainda não está bem definida. Não é mau em termos de jogos, mas faltam-nos resultados. Estamos a descer lentamente e temos de nos desenvencilhar, ninguém mais nos pode ajudar. Não há outra maneira senão ganhar alguns jogos e subir. Podemos jogar melhor futebol, mas se não ganharmos, ninguém se importa", disse o antigo defesa do Slavia e do Liberec.

"Ainda faltam 20 jornada, mas temos de começar a guerra e sair da zona de perigo o mais rápido possível. Antes do final do outono temos um duelo em Raków, dois jogos com o Legia, e depois batalhas com equipas que estão à nossa volta na tabela. Portanto, um final muito difícil. Mas temos de chegar ao inverno em águas mais calmas", disse o corpulento defesa, que começou os últimos dois jogos apenas no banco.

Mas ele não está preocupado com a sua posição. "Acredito que ela é muito sólida. Já joguei alguma coisa no Cracóvia, o treinador sabe que pode contar comigo. Que tenho algo a oferecer à equipa nos momentos difíceis, o que provavelmente será muito analisado agora", disse Jugas.

Regresso à República Checa?

Em setembro, Jugas prolongou o seu contrato com o clube até ao verão de 2026, altura em que gostaria de regressar à República Checa. Idealmente para Zlín, onde iniciou a sua carreira futebolística. "Quero terminar a minha carreira lá, é o meu grande objetivo. Vivi muitos momentos fantásticos em Zlín e ficarei feliz se lá voltar daqui a três anos. Talvez até mais cedo. Talvez o Cracóvia me despeça nessa altura e eu passe a ser um agente livre. Espero que não, mas no futebol nunca se sabe", afirmou Jugas, que, naturalmente, já está a acompanhar de perto os resultados do Zlín.

"Com o novo treinador (Bronislav Červenka) ainda joguei o campeonato. Ele é assistido por Lukáš Motal, irmão da minha mulher. Estou muito contente por estes tipos terem aceite, porque são apaixonados pela região, são apaixonados pelo seu trabalho. Acreditava firmemente que o Zlín se ergueria sob o seu comando, e é exatamente isso que está a acontecer. Vi o jogo contra o Jablonec no fim de semana e foi bom. Se a equipa não tivesse perdido o ritmo durante 20 minutos, poderia ter vencido facilmente", afirma o experiente médio.

E os seus companheiros de equipa vão manter o seu lugar no plantel? "É a minha família, por isso se calhar devia ser automático. Está combinado! concluiu, rindo.