Recorde as incidências da partida
Num dérbi tão emotivo como o do Metropolitano, com 69.082 gargantas a deixarem no ar todo o fôlego que têm, contra o seu maior rival, não havia ninguém no mundo que não soubesse que o Atlético ia dar o litro.
Bem, ninguém exceto Alaba, Rüdiger e companhia. E foi por isso que os vermelhos e brancos, com apenas quatro minutos, já estavam a ganhar por 1-0. Um cruzamento de Lino foi cabeceado por Morata para fazer o gosto à vingança. A cara de Ancelotti era um poema quando viu que, pela enésima vez esta época, era altura de uma reviravolta no início do jogo.
Mas nem por isso os blancos acordaram, especialmente os defesas, que parecem estar a cometer harakiri com gosto e frenesim. Numa ação semelhante, Lino e Saúl combinaram pela esquerda e cruzaram para o coração da área. E aí, enquanto os defesas centrais observavam a multidão colorida do estádio, Griezmann apareceu para cabecear para o 2-0. Duas chegadas, dois golos.
Uma nova formação inofensiva
Nada estava a funcionar para o Real Madrid. O novo sistema, com Modric como médio, sem Joselu e com Bellingham a acompanhar Rodrygo no ataque, só servia para amassar a bola e ser muito previsível. Até se habituarem, passaram alguns minutos em que o Atleti, em contra-ataque, sonhou com o terceiro, mas este não chegou porque Kepa conseguiu finalmente atuar para travar o remate rasteiro de Saúl.
Os homens de Simeone, no entanto, estavam mais ousados e isso poderia ter sido a sua ruína. Queriam jogar a partir de trás e começaram a perder bolas, sobretudo Nahuel Molina. E a ficarem nervosos. E a reanimar o inimigo. E depois, claro, Kroos apareceu com um remate que bateu Oblak para fazer o 2-1.
Por inércia ou nervosismo, os Rouge et Blanc recuaram mais, encostaram as costas à sua baliza e isso quase lhes custou o segundo. Camavinga marcou o golo, mas foi anulado por fora de jogo de Rüdiger, que pediu grande penalidade. O que o Atlético estava a pedir era um desconto de tempo. E foi o que aconteceu.
Fato de Morata sobre Alaba
Depois de ouvir Cholo no balneário, o Atleti voltou a sair ligado. E o Real Madrid, com Joselu no lugar de Modric, desconectado. Resultado, cruzamento de Saúl e golo de Morata aos dois minutos. A atuação de Alaba foi escandalosa. Passividade absoluta e fuga às culpas culpando o colega de equipa mais próximo.
Ancelotti foi levado pelos demónios e, apesar de ter feito uma tripla substituição, não se atreveu a tirar o austríaco. Tal como na primeira parte, os blancos voltaram a dominar, a pressionar o adversário, mas sem fazer sofrer Oblak. Apenas a entrada de Brahim em campo aumentou as expetativas. Mas quando levantou a cabeça, não encontrou ninguém. Nem Bellingham, que acabou por o enervar, nem Joselu ou Rodrygo.
E o marcador, assim, não se mexeu mais para a glória de um Atlético que viveu a sua noite de sonho e terminou entre olés a amargar o vizinho e a fazê-lo afundar pela primeira vez esta época.
