O juiz de instrução afirmou, no início de setembro, que o Barcelona poderá ter beneficiado de uma "possível corrupção sistémica". Para Joaquin Lopez, os 7,5 milhões de euros que o Barcelona pagou ao antigo presidente do Comité Técnico de Arbitragem (CTA), José Maria Enríquez Negreira, constituem um crime, daí as acusações feitas ao clube e aos indivíduos acima mencionados.
Agora, segundo os últimos relatos, o juiz chegou à conclusão de que houve suborno porque "por dedução lógica, os pagamentos efetuados pelo FC Barcelona satisfaziam os interesses do clube, tendo em conta a sua duração e o seu aumento anual. O crime de suborno foi consumado no momento em que o pagamento foi efetuado, quer se demonstre ou não a corrupção sistémica da arbitragem espanhola em resultado de tais pagamentos", especifica.
No seu despacho, Joaquín Aguirre descreve os diferentes graus de envolvimento dos acusados: a Enríquez Negreira atribui "um crime continuado de suborno passivo como autor"; ao seu filho, o mesmo crime mas "como colaborador necessário"; por outro lado, ao Barcelona e aos seus antigos diretores "atribui-se um crime continuado de suborno ativo", tudo isto "sem prejuízo de manter a qualificação alternativa do crime de corrupção desportiva do artigo 286 bis 4º CP, pelo menos durante esta fase da investigação".
A cronologia da acusação
Numa declaração em fevereiro, o Barcelona negou qualquer irregularidade.
Em março, o Ministério Público apresentou uma queixa por alegados pagamentos de mais de 7,3 milhões de euros ao longo de 17 anos a empresas pertencentes a José Maria Enriquez Negreira, que foi vice-presidente da Comissão de Arbitragem (CTA) da federação de futebol entre 1993 e 2018.
Refira-se que Josep Maria Bartomeu, ex-presidente dos catalães, também está entre os acusados, tal como o empresário Sandro Rosell, o próprio José María Enríquez Negreira e o seu filho.