"O futebol dá-te muito, mas tira-te muita coisa. Dá-te a possibilidade de te superares, de ganhares coisas com a tua equipa e de jogares na elite, mas sacrificas muitas coisas. É normal sacrificares coisas na vida. No meu caso, dos sul-americanos, impediu-me de viver muitas coisas, como ver crescer a tua família, os teus pais a envelhecerem, os teus amigos... O tempo não volta atrás, começas a crescer e a dar-te conta destas coisas", assumiu Cavani, defendendo que há sacrifícios que não são compensados pelos benefícios.

"O tempo passa e já não podes voltar a viver certas coisas. Isso é o sentido da vida para mim, aproveitar e desfrutar de cada momento. Pensar assim faz-te dar conta de que tudo o que viveste plenamente, fizeste-o porque era o que querias. Há que ter paixão, horas e vida no que fazemos e é assim em todos os aspetos da vida", considerou o avançado de 36 anos do Valência, equipa que ocupa a primeira posição acima da linha de água no campeonato espanhol.

"No princípio da temporada, criaram-se expectativas de que a equipa jogava, atacava e rendia. Tivemos momentos e agora creio que se está a sair um bocado desse momento de dificuldade, em que nos faltava algo sempre que fazíamos alguma coisa, mas vamos continuar a trabalhar para melhorar as coisas", prometeu Cavani que, aos 36 anos, diz ainda sentir-se com capacidades para ajudar o Valência.

"Eu quero realmente o melhor para este clube. Tomei a decisão de vir para aqui e ficar e oxalá tenha um longo caminho como jogador de futebol. Trabalho e preparo-me para dar o meu melhor, não vim aqui para me retirar, mas para encontrar um caminho neste clube. Se um dia sentir que as coisas não vão como quero, comunicarei com todo o amor e carinho ao clube e às pessoas e deixarei o futebol. Mas o que mais desejo hoje em dia é que o clube esteja bem e que possa chegar onde merece", afirmou o internacional uruguaio.