Entrevista Flashscore a Alfonso Pérez: "Agrada-me a figura de Joselu no Real Madrid"

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Entrevista Flashscore a Alfonso Pérez: "Agrada-me a figura de Joselu no Real Madrid"

Alfonso Pérez, antigo jogador do Real Madrid, Betis, Barça e Marselha, entre outros
Alfonso Pérez, antigo jogador do Real Madrid, Betis, Barça e Marselha, entre outros@alfonsito0007
Alfonso Pérez, de 50 anos, o mago das chuteiras brancas, respondeu ao Flashscore para falar sobre a atualidade do futebol espanhol, com especial destaque para o grande início de temporada do Real Madrid, as contratações do Barcelona e a situação do Real Betis, a equipa onde teve o seu melhor rendimento.

É sempre um bom momento partilhar alguns minutos de conversa com uma lenda do futebol espanhol. Se for depois de uma jornada da Liga dos Campeões, em vésperas de um dérbi madrileno e com alguém que viveu alguns desses duelos tão especiais, ainda melhor.

Alfonso Pérez, agora com 50 anos, começou nas camadas jovens do Real Madrid até ganhar o seu espaço como avançado da equipa principal. Perdeu-o em 1994/95 - graças a um tipo franzino chamado Raúl(!) - e na época seguinte rumou a Sevilha, para representar o Bétis por cinco temporadas. Daí seguiram-se uma época e meia no Barcelona, meia temporada no Marselha e o regresso aos verdiblancos, onde terminou a carreira, com 78 golos marcados em 214 jogos.

No palmarés conta com uma Liga espanhola, duas Taças do Rei, duas Supertaças de Espanha e ainda uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1992. Pela seleção principal de Espanha foi convocado para o Euro-1996, o Mundial-1998 e ainda o Euro-2000. Adepto confesso do Real Madrid - apesar de ter professado o seu barcenolismo quando chegou à Catalunha -, passa em revista os últimos meses do futebol espanhol.

- Como avalia o início de época do Real Madrid?

- Tivemos um verão com a novela de Mbappé, esperado e desejado por todos. Penso que finalmente pode vir no próximo ano, mas ficou-se à espera até ao último momento e o Real Madrid fechou o plantel com Joselu como avançado centro, a mim agrada-me essa figura de avançado que é referência e deixa as defesas mais perto da área e com jogadores tão desequilibradores como os que o Madrid tem, temos alguém na frente que pode finalizar a jogada. O Benzema não era esse avançado estático, gostava de receber mais e criava muito espaço e jogo.

- Já não há Asensio, que conheceu quando estava na equipa técnica (treinador adjunto) do Maiorca.

- Via-se que era um bom jogador, que fazia a diferença com o pé esquerdo. Esteve prestes a ser contratado pelo Barcelona, mas acabou por ser contratado pelo Real Madrid. Estava numa fase importante, com triunfos e sucessos, e agora começa uma nova etapa, noutra liga e noutro país. Esperemos que tenha muita sorte.

- Em Maiorca, também pôde orientar o Abdón PratsCédric Omoigui.

- Não tive o Abdón no meu tempo, mas ele foi muito decisivo no Maiorca, com golos importantes, e é uma pessoa muito querida, porque veio das camadas jovens. Tive o Cedric na equipa de reservas, que agora está no Racing Santander (emprestado ao Ibiza, ndr). Não tem tido muita sorte com as lesões, mas o rapaz tem qualidade e golos e tem de se sentir confortável e querido e que as lesões o respeitem para que possa jogar a um nível elevado.

- A equipa onde o Alfonso teve o seu melhor rendimento foi talvez no Real Betis.

- Foi a equipa em que estive mais anos e onde me pude destacar mais como jogador. Saí das camadas jovens do Real Madrid e estive lá muitos anos, mas há fases na vida e surgiu a oportunidade de ser um jogador de referência no Betis, estive lá oito anos e fiquei muito contente com a minha passagem.

- No Betis já não há Joaquín...

- É difícil estar numa equipa durante tantos anos e ser uma referência querida. Embora tenha jogado noutras equipas, foi sempre uma referência no Betis. Não só pela sua popularidade como pessoa, mas também pelo seu jogo, por ser desequilibrador, com uma velocidade diabólica, pelos cruzamentos e por se ter extravasado quando era jovem. Como a sua carreira se prolongou por muitos anos, já não se via esse extravasamento, mas continuava a ter qualidade, visão e o carisma que tinha em campo.

- Os verdiblancos perderam Joaquín e Canales, mas contrataram Abde e Isco.

- São jogadores que têm de se sentir amados e confortáveis, com treinadores que os tratem bem. O aspeto psicológico de um jogador é importante. Isco, no Real Madrid, não era titular, não tinha esse protagonismo, surgiu a possibilidade de ir para o Sevilha, onde não se sentiu à vontade e não viveu o seu melhor momento desportivo. E agora vai para o Betis, uma equipa com muitas aspirações e com um treinador que já o orientou, e penso que, se estiver à vontade, vai jogar a um nível elevado.

- O Alfonso também passou pelo Barcelona, como vê as contratações que fizeram?

- Eles tiveram muitos problemas económicos e sociais... temos de ver se isso não afecta a parte desportiva, acho que não. Tentaram fazer ajustes salariais e dos limites salariais, mas o que as pessoas querem é o aspeto desportivo e ganhar jogos. Acabaram por formar uma boa equipa, que vai lutar com o Real Madrid pelo título da Liga. Tal como na Liga dos Campeões. Vai ser uma equipa a ter em conta, apesar de todos os problemas e dificuldades que tem.

- Por último, ainda se recorda do seu golo mais importante com a seleção espanhola, um golo contra a ex-Jugoslávia?

- São épocas, situações que, ao longo da história da seleção, pudemos ver com alegria e tristeza. O meu ficará na memória daquela geração de pessoas que estavam pendentes de nós e muitas delas ainda hoje se lembram de mim, de como viveram esse momento. Embora não tenha sido transcendental, no sentido em que conseguimos triunfar algo, mas conseguimos passar à fase seguinte e, na altura, foi um grande triunfo para nós, apesar de não termos conseguido ganhar o Campeonato da Europa.