Para além de responder a perguntas sobre o seu trabalho dentro do CTA, o ex-árbitro detalhou como era a sua relação de trabalho com o Barcelona, que durante mais de uma década lhe pagou milhões de euros por "conselhos técnicos".
"Não recebi nada (do CTA) porque já tinha a minha empresa e fui pago pelo Barcelona", afirmou, explicando que o seu trabalho consistiu em "ir assistir aos jogos (pessoalmente ou através de colegas, antigos árbitros) e ser informado das razões pelas quais as decisões tinham sido tomadas".
"O Futbol Club Barcelona considerou que a equipa estava a ser prejudicada e que outras equipas estavam a ser favorecidas - esta é uma suposição minha, ninguém me disse diretamente. A minha obrigação era de dar a minha opinião sobre os jogos em termos de arbitragem e de jogadores. Aconselhamento técnico. O que o Futbol Club Barcelona queria era assegurar que não fossem tomadas decisões contra eles, que tudo fosse neutro", revelou Negreira.
Uma consultoria que durou "cerca de 13 anos" e pela qual lhe foram pagos mais de sete milhões de euros, apesar de reconhecer que tais relatórios não existiam por escrito. "Porque lhe pagaram montantes faturados se não existiam relatórios escritos?", questionou a Agência Fiscal. A sua resposta, clara e desconfiada: "Porque assim estavam tranquilos de que no CTA não haviam decisões contra o Fútbol Club Barcelona, que todo era neutro".