Saúl Ñíguez conseguiu garantir um lugar na equipa titular do Atlético de Madrid, algo que parecia altamente improvável em tempos passados, especialmente antes e depois do empréstimo ao Chelsea, um clube que tinha ganho a Liga dos Campeões algumas semanas antes e que agora está fora da competição continental. Antes disso, na temporada 2013/14, ainda com vinte e poucos anos, jogou por empréstimo durante uma temporada no Rayo Vallecano para começar a acumular experiência na elite.
Apesar da sua posição no terreno de jogo, tende a passar despercebido em termos de números (sem atingir os dois dígitos em termos de golos numa só época). Seis foi o seu máximo na LaLiga - 2019/20 - e nove incluindo as restantes - 2016/17 -, registos que o tornaram um habitué nas formações do treinador argentino, embora longe desse rótulo de indiscutível porque foi uma das mudanças mais frequentes - tanto para entrar como para sair.
A sua saída para a Premier League, no último dia da janela de transferências de verão de 2021, confirmou que era claramente dispensável, embora todas as partes soubessem que, em princípio, havia uma data de expiração (30 de junho do ano seguinte). E assim foi. Regressou para a pré-época e manteve-se, num papel secundário, num plantel com muitas alternativas. Com menos minutos do que o desejado, acumulou 38 presenças.
Uma agradável surpresa
Fazer assistências não tem sido uma das especialidades de Saúl, com apenas três assistências nas quatro épocas anteriores a esta. Para um médio com golos, esta é, sem dúvida, uma estatística muito negativa. Mas tudo mudou desde agosto, com quatro em oito jogos - uma em cada dois jogos. Foram precisos pouco mais de 30 dias para ultrapassar estatísticas particularmente fracas, prova evidente da sua grande forma.
Depois de ter entrado como suplente nos dois primeiros jogos, foi titular na inesquecível visita a Vallecas (0-7), onde teve um papel direto na espetacular vitória. Depois, no palco ideal do dérbi de Madrid, fez dois passes decisivos para derrotar a equipa de Carlo Ancelotti (3-1). E no passado fim de semana, num jogo contra o Cádiz que se tornou ainda mais difícil devido ao inesperado resultado de 0-2, encontrou Ángel Correa para dar a volta ao marcador (3-2).