José María Del Nido Carrasco falou à rádio oficial do clube para explicar a contratação de Sergio Ramos, cuja primeira opção foi sempre o regresso a casa. Não foi desejado por aqueles que finalmente optaram por ele e, como o arquivo dos jornais não perdoa nestes tempos, o próprio vice-presidente do Sevilha tentou justificar esta mudança de direção para defender o já referido Víctor Orta, diretor desportivo desde a saída de Monchi.
"No Comité de Direção, no início do verão, estabelecemos uma política de regresso ao modelo comercial. Jogadores jovens, desconhecidos, com capacidade de acrescentar valor... e nesses parâmetros ele não se enquadrava devido à sua antiguidade, apesar de ser muito bom. Fui o primeiro a dizer que não havia hipótese, disse-o com convicção. O presidente e Víctor Orta também o disseram. O mercado evoluiu, tivemos os três primeiros maus resultados, para além da Supertaça, e algumas dúvidas sobre a condição física de alguns jogadores", argumentou.
Del Nido Carrasco destacou o "prestígio" de ter um "campeão do mundo" com "hierarquia e ambição". O regresso a casa do "filho pródigo", resumiu, explicando a reviravolta no guião: "Tendo um pouco mais de limite salarial, todos valorizámos a incorporação de Soumaré, Mariano e Ramos. Naquela altura do mercado tivemos de modificar esses parâmetros e optámos por ele. Fizemos uma videoconferência e soou como música para os seus ouvidos. Com toda a vontade que ele tem de agradar e de se livrar do seu espinho, rapidamente nos convencemos de que era o melhor para o Sevilha".

Uma mudança "oportuna e boa"
"Sempre dissemos o que pensámos que tínhamos de dizer, porque foi assim que se decidiu. Isto é futebol. Se eu disser agora que o plantel é muito bom e que no inverno temos de vender ou contratar, não quer dizer que não esteja convencido disso. É injusto centrar estas críticas em Orta porque eu fui o primeiro a dizer essa mensagem e houve muitas razões e motivos que mudaram para tomar esta decisão. Temos uma defesa jovem e a experiência e ambição de Sergio podem ajudar Nianzou, Kike ou Gattoni a crescer ao seu lado", continuou o dirigente.
Por fim, reconheceu que foi "oportuno e bom" mudar a sua "opinião inicial" e agradeceu a Ramos a sua predisposição. "Ele renunciou a uma enorme quantidade de dinheiro para regressar. Quando nos encontrámos com ele, transbordava de alegria, entusiasmo, ambição. Parecia um jogador jovem com o desejo de regressar. Estava ansioso por se reconciliar. A primeira coisa que fez foi pedir desculpa por ter cometido um erro, como todos nós cometemos na nossa vida. Adorou a ideia de Victor, a ideia do treinador e a nossa, a ideia do presidente e a minha. Estamos todos entusiasmados com o seu regresso", concluiu.