O Olympique Lyon está a dar tempo para esperar e, na turbulência dos últimos meses, este é um verdadeiro luxo. A vitória clara sobre o Toulouse (3-0), com três golos de Alexandre Lacazette, não apenas reanimou o clube, mas também garantiu que Pierre Sage permaneça no comando até pelo menos à pausa de verão.
Pedidos de estabilidade
Enquanto a viagem a Marselha foi um desastre, com uma derrota esmagadora por 3-0 no Velódrome, houve dois resultados satisfatórios, contra o Lens, apesar da derrota por 3-2 em Bollaert, e contra o Rennes (1-0), a primeira vitória em casa da temporada.
Embora Dejan Lovren e Nico Tagliafico tenham dito publicamente que o plantel do Lyon não é composto inteiramente por jogadores empenhados e com a mentalidade necessária, os jogadores do Lyon dão a imagem de uma equipa que se mantém unida e luta dentro das suas possibilidades. Ainda em 18.º lugar, a equipa do Ródano recuperou na hora certa contra um rival direto que tem muita dificuldade em jogar na Liga e na Europa ao mesmo tempo, como foi o caso do Nantes na temporada passada.
O diretor desportivo David Friio, que é favorável à chegada de um novo treinador (Bruno Genesio e Jorge Sampaoli estão no topo da lista), optou por esperar, o que parece ser a melhor solução neste momento, quando faltam dois jogo que podem permitir aos Lyon passar a época festiva fora da zona de descida.
"É uma das poucas vezes na minha vida em que tive tantos treinadores num espaço de tempo tão curto", recordou Tagliafico à imprensa, no que poderia parecer um apelo à estabilidade.
"É uma espécie de círculo vicioso. É preciso mudar alguma coisa, é preciso fazer uma autocrítica. O treinador que chega vem para ajudar, para dar tudo, mas, no final, cabe à equipa dar tudo e estar toda junta, cabe-nos a nós responder neste tipo de situação".
Um dia de cada vez
Esta sexta-feira, o Lyon viaja até casa do Mónaco, 3.º classificado e a precisar de pontos para acompanhar o Nice e manter a distância em relação ao Lille, que perdeu dois pontos em Clermont na semana passada (0-0). No Louis-II, será uma oportunidade para ver a evolução do Lyon, mesmo que o adversário seja de um calibre diferente do Toulouse. Para Sage, cada partida funciona como uma espécie de entrevista de emprego. Além deste confronto, em 2023 haverá outro teste no Estádio Groupama contra o Nantes, 9.º classificado da Ligue 1.

Apesar da pressão, Sage diz-se tranquilo com a sua situação em Lyon.
"Não sinto nenhuma pressão especial. Quero realmente ajudar esta equipa no dia a dia. Fazemos as coisas de forma a preparar o que acontece no dia seguinte", explicou.
Como sempre no futebol, serão os resultados a ditar o futuro de Sage. No entanto, dadas as dúvidas em torno de uma nova mudança de treinador, a razão poderia permitir que o homem que, até então, era o diretor do centro de formação, continuasse a sua missão.