Governo espanhol vai sancionar jogadoras espanholas que se recusem a jogar
Victor Francos, presidente do Conselho Superior dos Desportos de Espanha (CSD), disse que teria de aplicar a lei desportiva do país na ausência das jogadoras selecionadas.
A nova treinadora de Espanha, Montse Tomé, convocou 15 das vencedoras do Mundial para os próximos jogos da Liga das Nações na segunda-feira, mas a maioria delas está em greve na seleção para buscar mudanças importantes na federação espanhola de futebol.
O presidente Luis Rubiales demitiu-se depois de ter beijado a jogadora Jenni Hermoso, que não foi convocada por Tomé, há um mês em Sydney, após o triunfo da Espanha no Campeonato do Mundo.
O polémico treinador Jorge Vilda também foi demitido, mas para as 39 jogadoras em greve, as mudanças não foram suficientes.
"Se elas não aparecerem, o governo terá de aplicar a lei, o que é uma pena para mim, mas a lei é a lei", disse Francos à estação de rádio Cadena Ser.
A lei desportiva espanhola de 2022 estabelece que os atletas devem comparecer às convocatórias das equipas nacionais quando convocados, e não o fazer seria uma infração "muito grave".
As multas variam entre 3.000 e 30.000 euros, podendo também perder a licença para jogar, por um período de até cinco anos. A decisão sobre um eventual castigo será tomada pelo principal tribunal desportivo de Espanha, a pedido do CSD.
A Espanha joga com a Suécia a 22 de setembro e com a Suíça a 26 de setembro na Liga das Nações.
"Faremos o que pudermos para resolver o problema, mas pedimos-lhes que vão aos jogos. Queremos que elas sejam campeãs olímpicas. Vou tentar falar com os capitã, se elas me disserem que não, vou respeitar. O que não queremos (ter de fazer) é sancioná-las", disse Francos.
Recorde-se que as jogadoras selecionadas por Tomé publicaram todas um comunicado nas redes sociais na segunda-feira, incluindo a bicampeã da Bola de Ouro Alexia Putellas.
"Deixámos claro (...) a nossa firme vontade de não sermos convocadas por motivos justificados. Estas declarações continuam a ser totalmente válidas", afirmaram as jogadores espanholas na sua declaração.
Segundo a imprensa espanhola, o estágio da equipa, que deverá começar na terça-feira, terá lugar em Valência e não em Madrid, numa tentativa de diminuir a presença dos meios de comunicação social.
Não se sabe ao certo quantas jogadoras irão participar no estágio - 20 das 23 jogadoras do plantel estão entre as 39 em greve.