O treinador de 61 anos foi uma surpresa em dezembro, substituindo Luis Enrique, depois de Espanha ter sido eliminada do Campeonato do Mundo contra Marrocos nos oitavos de final. Uma vitória pouco convincente sobre uma equipa norueguesa sem o avançado Erling Haaland, apesar do resultado de 3-0, e uma derrota por 0-2 na Escócia nos dois primeiros jogos em março, ambos de qualificação para o Euro-2024, suscitaram fortes críticas em Espanha.
Algumas notícias sugerem mesmo que o seu futuro poderá estar em risco se a equipa não conseguir chegar à final da Liga das Nações, que se disputa nos Países Baixos, sendo que o obstáculo pela frente é a Itália. De la Fuente quer que a Espanha jogue de forma muito semelhante ao jogo de posse de bola de Luis Enrique, que estava na fronteira do dogmático, embora com mais capacidade de ir directo quando necessário.
Os adeptos e os meios de comunicação social estão inseguros em relação a De la Fuente, mas os seus jogadores defenderam-no no início da semana.
"O treinador está a trabalhar muito bem, com entusiasmo e esperança, e isso é o mais importante", disse o defesa Jesus Navas: "Destaco a energia, o trabalho e a união, é muito emocionante. Ele está connosco em todos os momentos, ajudando-nos."
O veterano defesa foi convocado depois de quase três anos afastado da selecção nacional.
Uma das primeiras medidas de De la Fuente foi dizer ao defesa-central Sergio Ramos que não era necessário, o que levou o antigo jogador do Real Madrid a queixar-se de que estava a ser injustamente descartado devido à sua idade. No entanto, De la Fuente disse que estava a escolher os jogadores que achava que melhor serviriam a equipa e a selecção do defesa de 37 anos do Sevilha representa isso mesmo.
Bom motivador
O guarda-redes Unai Simon também apoiou De la Fuente, que o treinou nas camadas jovens.
"É um treinador muito bom, um bom motivador, não se irrita nem perde a cabeça, é um óptimo treinador", disse o jogador do Athletic Bilbao: "Para mim, ele cresceu muito. Nos Jogos (Olímpicos), mostrou a sua capacidade para treinar a Espanha. O que eu vi do que ele transmite, e as ferramentas que ele nos dá são as certas para enfrentar esta competição, ele tem toda a minha confiança."
Simon lembrou que o antecessor de De la Fuente, Luis Enrique, que conquistou um triplete com o Barcelona em 2015, também foi criticado.
"A figura do treinador sempre foi debatida, com Luis Enrique também o debateram", continuou o guarda-redes: "Não estamos a pensar no que aconteceu em Glasgow, estamos a pensar na meia-final. O que aconteceu não nos vai pesar, vai servir-nos de aprendizagem."
Com o herói da final da Liga dos Campeões, Rodri, e o companheiro de equipa no Manchester City, Aymeric Laporte, a passarem o início da semana a festejar o triunfo europeu, a nova "contratação" Robin Le Normand poderá estrear-se.
Nascido em França, o defesa da Real Sociedad obteve a nacionalidade espanhola em maio e foi convocado para a final four, que representa uma oportunidade para La Roja pôr fim a uma década de seca de títulos.
A última conquista internacional da Espanha foi em 2012, com o triunfo no Campeonato da Europa, garantido com uma goleada de 4-0 sobre a Itália, que venceu a edição de 2020.
O lateral-esquerdo do PSG, Juan Bernat, saiu da equipa lesionado e foi substituído pelo novo jogador do Real Madrid, Fran Garcia, na segunda-feira. Dani Olmo também é uma dúvida para o confronto com a Itália, mas De la Fuente não o substituiu, na esperança de que o avançado esteja apto para uma possível final contra a anfitriã Holanda ou a Croácia.
O objectivo de De la Fuente e da sua equipa é chegar à final de domingo em Roterdão.