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Selecionador inglês não cantou o hino, mas "respeita" a divisão de opiniões

Carsley já conquistou a sua primeira vitória como selecionador de Inglaterra
Carsley já conquistou a sua primeira vitória como selecionador de InglaterraPAUL FAITH / AFP
O selecionador interino de Inglaterra, Lee Carsley, insistiu que respeita o debate suscitado pela sua controversa decisão de não cantar o hino inglês antes da vitória de sábado por 0-2 sobre a Irlanda.

Recorde aqui as incidências do encontro

Carsley esteve no centro das atenções no Estádio Aviva, em Dublin, ao manter a decisão de não cantar durante o hino das equipas que representa a nível internacional. Antes do seu primeiro jogo à frente da seleção inglesa, Carsley afirmou que não canta o hino porque quer concentrar-se no jogo que tem pela frente.

Mas Carsley estava numa posição embaraçosa, uma vez que representou a Irlanda por 40 vezes e treinou os sub-21 da Inglaterra antes de assumir o lugar de Gareth Southgate como treinador dos Três Leões numa base temporária.

A posição do ex-médio do Everton irritou os setores mais patrióticos dos ingleses, mas está determinado a não deixar que a polémica o distraia.

"Não afetou em nada o meu dia ou a minha preparação. Respeito totalmente a opinião das pessoas. É algo que nunca fiz, mas respeito totalmente os dois hinos nacionais", disse Carsley depois de os golos de Declan Rice e Jack Grealish terem dado a vitória no Grupo B2 da Liga das Nações.

"Hoje seria provavelmente um dos dias de maior orgulho da minha carreira, por liderar uma equipa inglesa em Dublin. Não me sinto injustiçado ou prejudicado. Já joguei em equipas onde os jogadores cantam o hino ao meu lado, mas também já joguei em equipas onde os jogadores não cantam, ou os treinadores. Não acho que isso faça de mim ou de quem não canta menos empenhado", apontou.

"Um pouco hostil"

Carsley aceita que nem toda a gente vai concordar com a sua decisão, mas não se deixa dissuadir.

"Tive uma grande experiência quando joguei pela República da Irlanda e estou a ter uma experiência muito boa agora em termos da responsabilidade que tenho de ser selecionador interino da equipa principal. É preciso aceitar que, com isso, vem um pouco de julgamento. Não me sinto prejudicado por isso. Respeito a opinião de todos e seguimos em frente", vincou.

O hino de Inglaterra vai voltar a soar quando na receção à Finlândia em Wembley, na terça-feira, para mais um jogo da Liga das Nações.

Carsley deve chegar a Wembley confiante depois da exibição vibrante do plantel que ofereceu esperança de uma nova e aventureira era de Inglaterra. Esta foi uma equipa mais vistosa, depois de o conservadorismo da era Southgate ter culminado com uma derrota por 2-1 com a Espanha na final do Euro-2024, em julho.

O médio do Arsenal, Rice, que passou a representar a Inglaterra depois de ter feito três jogos pela seleção principal da Irlanda, e o extremo do Manchester City, Grealish, que tomou a mesma decisão depois de ter representado o país no escalão de sub-21, foram ambos vaiados pelo público de 50.000 pessoas em Dublin.

Mas Carsley disse que sempre confiou que os dois jogadores seriam capazes de lidar com a pressão.

"Estou satisfeito com o resultado, mas não estou surpreendido. Os dois já estão no futebol há tempo suficiente para entender e respeitar que às vezes é um pouco hostil, mas da maneira certa. Obviamente, é muito bom para os dois que tenham marcado os golos, mas o mais importante é que a equipa tenha vencido e não tenha sofrido golos", acrescentou.

A própria história irlandesa de Carsley levou a um momento divertido antes do jogo, quando se sentou no banco de suplentes errado no Estádio Aviva.

"Eu entrei no túnel e virei à direita. Como sabem, passei muito tempo no banco, por isso sei exatamente onde é! Depois percebi que não estava lá ninguém e que os outros treinadores estavam no outro banco, por isso foi rapidamente resolvido", brincou.