A lesão no ligamento cruzado vai mantê-lo afastado dos relvados durante quase um ano, e é digno de nota o facto de ter conseguido recuperar, mais uma vez, de um momento de grande desespero.
Foco no Mundial
Uma sétima lesão ao serviço dos Gunners teria levado muitos jogadores a desistir há muito tempo, por isso é evidente que o brasileiro de 28 anos tem uma fibra especial.
Com o Mundial no horizonte, isso terá certamente dado ao brasileiro uma motivação extra e, caso mantenha a forma na segunda metade da época 2025/26, não será de excluir que embarque para os Estados Unidos no próximo verão.
Naturalmente, para ser considerado por Carlo Ancelotti, o avançado precisa de somar minutos em campo.
Kai Havertz e Viktor Gyökeres também estão lesionados neste momento, mas espera-se que regressem em breve, e não seria surpreendente se Mikel Arteta conseguisse encaixá-los ambos no onze inicial.
Nesse cenário, Gabriel Jesus ficaria numa situação incerta.
Foi sugerida uma transferência em janeiro
Nesse sentido, uma mudança em janeiro para outro clube – tanto Everton como West Ham são apontados como interessados – faria sentido para todas as partes; no entanto, parece que Arteta deixou claro que o ponta-de-lança não será vendido antes do mercado de transferências de verão, no mínimo.
Embora isso possa parecer injusto para o jogador e talvez pouco vantajoso para o clube, caso conseguissem um valor razoável pela sua venda, a posição de Arteta é compreensível.
Na primeira época de Jesus no norte de Londres (2022/23), marcou 11 golos e fez seis assistências em 26 jogos da Premier League, apesar de ter estado ausente durante grande parte da temporada devido a uma lesão no joelho.
Quatro golos e cinco assistências em 27 jogos em 2023/24 não foram um registo brilhante, mas, mais uma vez, as lesões prejudicaram a sua carreira. Três problemas distintos no joelho e uma lesão muscular obrigaram-no a falhar 17 partidas.
Importa referir que reforçou o seu desempenho na Premier League com mais quatro golos e três assistências em oito jogos da Liga dos Campeões.
Em 2024/25, antes da infeliz lesão no joelho que o afastou do resto da época, conseguiu marcar três golos em 17 jogos da principal divisão inglesa e mais quatro em quatro partidas da Taça da Liga, além de uma assistência.
Outra assistência na Liga dos Campeões mostrou que, com uma sequência razoável de jogos sem lesões a afetar o seu rendimento, o brasileiro continuava a ser uma referência experiente no ataque.
Instinto de goleador
Todos os golos que marcou pelo clube foram dentro da área, o que é bastante invulgar, mas quem já viu Gabriel Jesus jogar sabe que ele tem um instinto apurado para aproveitar oportunidades na grande área e é exímio a criar espaço e tempo para finalizar.
A sua precisão de remate de 77,8% e a taxa de conversão de 30,8% antes da última lesão são números impressionantes e demonstram a sua eficácia.
Marcar em 60% das cinco grandes oportunidades que teve na época passada é também um dado digno de destaque, enquanto a média de um golo a cada 75,3 minutos em 24/25 compara-se de forma muito favorável ao registo de Gyökeres, que marcou um golo a cada 200,5 minutos em 2025/26.
Além disso, o internacional sueco ainda está a adaptar-se ao norte de Londres e, por isso, não deve ser visto automaticamente como titular apenas pelo valor da sua transferência.
Em boa forma nos treinos
Se Jesus está a mostrar qualidade nos treinos, merece uma oportunidade igual à de qualquer outro jogador do plantel para lutar por um lugar no onze titular.
Há certamente uma lógica adicional na aparente relutância de Arteta em deixá-lo sair. Não seria benéfico para o jogador nem para o clube mantê-lo e depois deixá-lo sem jogar, por exemplo.
Com a possibilidade real de lutar pelo título da Premier League nesta fase, sem esquecer o calendário apertado que se avizinha com a entrada da Taça de Inglaterra, há todas as razões para acreditar que Jesus será uma peça importante na reta final do Arsenal nos últimos meses desta temporada.
Tendo já enfrentado 18 lesões diferentes desde o início da época 2016/17 ao serviço do Manchester City, a esperança é que tenha finalmente superado o azar que marcou toda a sua passagem por Inglaterra.
Mesmo que, no final, o seu futuro passe por outro clube após 25/26, algumas exibições de destaque – que ele é perfeitamente capaz de realizar – não prejudicarão nem o jogador nem os Gunners.
