Hajduk: despromoção e caos dos hooligans
O Hajduk Split venceu o campeonato croata pela última vez em 2005, há quase duas décadas. Outros clubes, como o HNK Rijeka, há muito que ultrapassaram o clube da Dalmácia em termos desportivos e de prestígio. Mesmo o dérbi contra o Dínamo de Zagreb tem vindo a perder cada vez mais o seu brilho e a sua explosão nos últimos anos.
Em contrapartida, o clube tem feito manchetes na sua história recente devido ao grupo de adeptos nacionalistas de direita, a "Torcida", que tem causado repetidamente motins e simbolismo negativo na cena nacional e internacional.
Transferência histórica para jogar por um euro
Em 2024, esta situação deverá finalmente mudar. E com o mais recente reforço, que segundo o diretor desportivo Mindaugas Nikolicius é uma das "maiores transferências da história do Hajduk", o clube anuncia-o com estrondo internacional. Ivan Perisic, vencedor da Liga dos Campeões com o Bayern Munique, bicampeão alemão e ex-campeão do mundo com a Croácia, chega por empréstimo do Tottenham.
O seu salário é meramente simbólico: ganhará um euro até ao verão e depois vestirá a camisola do seu clube de origem durante mais um ano. Uma transferência por amor e nada em troca - uma raridade no futebol atual.
Ivan Perisic: classe mundial à porta fechada
Especialmente quando este gesto vem de uma estrela mundial como Ivan Perisic, que poderia certamente ter-se mudado para a Arábia Saudita por milhões. Uma estrela mundial? Sim! Mesmo que Perisic tenha sido sempre subestimado na sua carreira, o jogador de 34 anos mostrou repetidamente, durante as suas passagens por Wolfsburgo, Borussia Dortmund, Bayern Munique, Inter Milão e, não menos importante, no Tottenham, tal como com a camisola nacional dos "Vatreni", que as suas equipas são bem sucedidas - e que ele é um homem para os jogos importantes.
Em 2019/2020, por exemplo, desempenhou um papel importante na vitória do Bayern na Bundesliga, com 6 golos em 10 jogos. Com 6 golos em Campeonatos do Mundo e 4 golos em Campeonatos da Europa, é o recordista de golos da Croácia em grandes competições. O seu golo e assistência na meia-final do Campeonato do Mundo de 2018, com os quais conduziu o seu país à primeira final, são inesquecíveis. Perisic também marcou na final contra a França, que foi uma derrota extremamente infeliz e controversa.
Velhos craques em Split
O seu gesto para com o seu clube de origem honra o extremo, conhecido pela sua técnica, força e capacidade de remate. Para o Hajduk, no entanto, é a cereja no topo de um grande bolo. Afinal, Nikola Kalinic, outrora uma grande joia atacante no Blackburn Rovers e mais tarde um goleador do AC Milan, Atlético de Madrid e AS Roma, já era uma lenda em 2022 e também será homenageado através do modelo de um euro.
Atualmente, Split acolhe também outros ex-legionários, como Marko Livaja (Inter de Milão, Atalanta Bergamo, UD Las Palmas, entre outros), Lovre Kalinic (Aston Villa), Filip Uremovic (Hertha BSC, Sheffield United), Josip Elez (Hannover 96, Lazio Roma), Filip Krovinovic (Benfica, Nottingham Forest) e Dario Melnjak. De acordo com os rumores, o regresso de Ivan Raktic também está na calha. Além disso, o alemão-kosovar Leon Dajaku, que já jogou na segunda equipa do FC Bayern e do Union Berlim, estabeleceu-se como titular nesta equipa.
Hajduk está novamente a disputar o título
E está a resultar: Depois de o Dínamo de Zagreb ter começado mal a segunda metade da época, em casa do Lokomotiva (0-3), o Hajduk continua no topo da tabela - sete pontos à frente do "Modri", a quem conquistou sete pontos nos três dérbis disputados até ao momento esta época.
No total, são disputados 36 jogos na HNL croata, o que significa que uma equipa defronta cada adversário quatro vezes por época. No dia 28 de janeiro, o Hajduk regressa ao campeonato pela primeira vez desde dezembro. O dérbi do Adriático contra o HNK Rijeka, segundo classificado, não será suficiente para a esperança de Perisic.
O jogador continua a sofrer de uma rotura dos ligamentos cruzados. O seu regresso está previsto para o final da época, em abril. Será que vai conseguir conquistar o tão sonhado primeiro título nacional desde 2005, ano em que regressou ao sul da Croácia, e colocar a última e merecida cereja no topo do bolo da sua carreira?