Recorde aqui as incidências do encontro
O regresso de Courtois após lesão levou-o para o banco do Real Madrid, o mesmo destino que teve Camavinga ou Modric, assim como o único português presente neste primeiro duelo das meias-finais da competição milionária, Raphael Guerreiro, do lado oposto.
Uma história tantas vezes contada
Se há coisa que os madrilenos têm demonstrado é a capacidade de saber sofrer para depois golpear. Um Rocky do futebol. No primeiro assalto, bastaram 15 segundos para Sané descobrir uma brecha na grande área e acertar no corpo de Lunin.
Os bávaros armaram um cerco à área contrária, com muitas aproximações perigosas, quer através de cruzamentos, como de longe, com Harry Kane a tentar surpreender Lunin desde o meio-campo. Não ficou longe.
O Bayern dominava, mas numa espécie de massacre permitido pelo Real, à semelhança do que fez com o City. Porque sabe que tem executantes que, de um momento para o outro, viram o jogo do avesso... e assim aconteceu, aos 23 minutos. Numa belíssima finta de corpo, Vini Jr. fez que ia receber no pé, desmarcou-se nas costas de Kim e o passe de Kroos, com precisão geométrica, serviu de bandeja o golo do brasileiro na cara de Neuer.
Parece tão fácil, mas está longe de o ser. O golo inaugural atarantou a Allianz Arena e deixou os espanhóis, provisoriamente, no comando das incidências. Um jogo muito bem disputado, com estratégia de xadrez, faltando apenas os lances de perigo.
Esses surgiram no final da primeira parte, num livre de Harry Kane que tirou tinta ao poste de Lunin e outro de Rodrygo, evitado pela cabeça do avançado inglês na barreira. No final do primeiro assalto, vantagem blanca longe de ser confortável.
O veneno da Remontada
No regresso dos balneários, Tuchel tinha ingredientes e preparou a receita certa: colocar um português em campo. Raphael Guerreiro entrou para o lugar de Goretzka e ajudou a virar o jogo do avesso, pese embora o aviso de Kroos que obrigou o compatriota Neuer a puxar a cassete para trás e mostrar que ainda é um dos melhores do mundo.
No minuto seguinte, o Real Madrid provou do seu próprio veneno. Sané, que estava a ser o melhor elemento dos anfitriões, teve espaço sobre o lado direito para emular um dos ídolos de Munique: Arjen Robben. Só que, ao contrário do neerlandês, depois de deixar vários adversários estendidos pelo caminho optou pelo disparo ao primeiro poste em vez do remate em arco, apanhando Lunin desprevenido pela força do remate.
O estádio acordou e num raro lapso de concentração dos madrilenos, Musiala tentou furar pela área e foi derrubado por Lucas Vazquez, o substituto do castigado Dani Carvajal. Castigo máximo assinalado, prontamente aproveitado por Harry Kane. Uma remontada caída do céu... à lá Real.
Ancelotti não ficou de braços cruzados e foi ao banco buscar armas para o último quarto de hora, lançando Camavinga, Brahim Diaz e Modric, que recebeu a batuta do meio-campo de Kroos e Bellingham. O croata não demorou muito a causar efeito, com um belíssimo passe a desmarcar Viníncius, desta feita travado por uma boa defesa de Neuer.
As 7 vidas do Real Madrid
A verdade é que saber defender em momentos de alta pressão - como fez o Real nos quartos de final com o City e nesta primeira parte - é uma arte que não está ao alcance de todos. Os madrilenos não precisaram de muito para fazer estremecer e provocar erros à defesa contrária. Aos 83 minutos, Kim voltou a errar e derrubou Rodrygo dentro grande área.
Vini Jr, cada vez mais o homem dos grandes momentos, não tremeu perante o gigante Neuer e voltou a empatar a partida.
Pouco mais se registou digno de destaque, com as duas equipas a aceitar o empate numa meia-trégua, que deixa tudo em aberto para a segunda mão, no Santiago Bernabéu.