Não há nada como festejar a vitória da nossa equipa com outras pessoas que sentem o mesmo que nós. Há poucos momentos como ver o golo de Sergio Ramos na final de Lisboa rodeado de adeptos madridistas no Santiago Bernabéu.
Desfrutar desse apoio é mais fácil quando se segue a equipa da terra natal, mas quando se está noutro país, não é tão fácil reunir-se com outros adeptos. Foi com o objetivo de conseguir essa comunhão que o Milan Club Madrid foi criado na capital espanhola em 2020: "Nasceu da vontade de reunir e organizar todos os tifosi rossoneri da cidade", explica o seu presidente, Ricardo de Freitas.
Desde a sua criação, o clube não parou de crescer e é já um ponto de referência para outras cidades: "Hoje somos mais de 110 membros e ganhámos reputação no seio da AIMC (Associazione Italiana Milan Clubs)", afirma.
Começaram por amar o vermelho e preto do AC Milan. No entanto, o afeto transcendeu o futebol e sentem-se como uma grande família: "Criaram-se grandes amizades graças a este grupo milanista", confessa.
Todos eles, tanto os sete diretores como os 114 sócios, estão inscritos e registados na AMIC, o que lhes dá a oportunidade de se deslocarem a San Siro em numerosas ocasiões ao longo da época para assistirem aos jogos da equipa que amam. A última deslocação à capital da Lombardia foi na primeira mão da meia-final da Liga dos Campeões contra o Inter.
Difícil, mas possível
O resultado no "Derby della Madonnina" europeu não foi o melhor - derrota por 2-0 - mas Ricardo garante que a viagem teve muito mais pontos positivos do que negativos: "Foi maravilhoso. Éramos 30 membros do clube. Encontrámo-nos com outros clubes de Milão em San Siro e foi simplesmente fantástico. O ambiente no estádio era indescritível, com os adeptos a apoiarem durante os 90 minutos", afirma.
Sobre a eliminatória, afirmou: "É claro que é uma luta difícil, mas acreditamos que há uma grande hipótese de reviravolta e chegar à final, é algo que está no ADN do AC Milan", afirma.

Como já dissemos, organizaram-se como grupo em 2020. Desde então, também trouxeram alguma sorte aos rossoneri. Basta ver que voltaram a ser campeões da Liga em 2022, após 11 anos, e estão a brilhar novamente nos campos do velho continente.
"Há muito tempo que não ganhávamos o Scudetto. Naquele dia, em Madrid, éramos 100 pessoas a festejar, uma festa em grande estilo", recorda Ricardo. "As noites mágicas da Liga dos Campeões trouxeram muita emoção e, por sua vez, muitos adeptos e parceiros para esta família", acrescenta.
Padrinho de alto nível
Quando se tratou de escolher um embaixador para o Milan Club Madrid, decidiu-se usar o nome de Filippo Galli, que jogou no clube entre o início dos anos 1980 e o final dos anos 1990. O defesa, nascido em Monza (Itália), tornou-se uma lenda dos rossoneri, conquistando por três vezes a cobiçada Taça dos Campeões Europeus.
"Ele estava muito contente e totalmente de acordo. Podemos dizer que ele está envolvido sempre que lhe pedimos para fazer alguma coisa", diz o presidente da divisão madrilena. "Está sempre atento a tudo o que precisamos", acrescenta.

A equipa conseguiu fazer com que nenhum milanês se sinta sozinho em Madrid. Até têm duas bases onde vêem todos os jogos: "Temos dois novos locais para ver os jogos: o Resid3nt Lounge Bar para os jogos da Serie A e o S10 Sport Bar para os jogos da Liga dos Campeões, porque tem mais lugares sentados e mais televisões", explica.
Cada encontro é uma festa e isso é evidenciado pela sua forma de viver o jogo: "Cantamos e entoamos cânticos em todos os jogos", assegura. Ricardo define o ambiente que geram como o de um "pequeno San Siro" na capital espanhola.
O mais bonito de tudo é que embarcaram na viagem por serem adeptos do AC Milan e continuam a fazê-lo por amor ao Milan Club Madrid: "Penso que todos os membros deste clube estão muito orgulhosos por fazerem parte deste projeto... Sentimo-nos todos como uma grande família", conclui Ricardo.

