Recorde aqui as incidências do encontro

Para o jogo decisivo no Estádio Olímpico de Barcelona, Sérgio Conceição pôde contar com os recuperados de Pepe e Zaidu, além de apostar no regresso de Fábio Cardoso ao onze, entregando o ataque a Evanilson e Taremi, apoiados por Pepê, Galeno, Varela e Eustáquio, afastando as possibilidades de um onze mais conservador.

No Barcelona, a grande notícia foi para a ausência entre os postes de Ter Stegen, rendido por Iñaki Peña, e no miolo de Gavi, além das presenças de João Cancelo e João Félix, com a posição mais ofensiva entregue ao letal Robert Lewandowski.

A calma antes da tempestade

Não era segredo que a chave ofensiva dos dragões seriam as transições e os primeiros minutos mostraram isso mesmo, com uma rápida jogada coletiva a culminar dentro de área para um remate de Zaidu bloqueado pela defesa. Na resposta, Raphinha testou a meia-distância com um remate traiçoeiro bem defendido por Diogo Costa.

A pressão do FC Porto ia frustrando e criando dificuldades na saída dos blaugranas, que, ainda assim, quando conseguiam jogar entre linhas faziam soar os alarmes portistas: aos 18 minutos, valeu Pepe a impedir o cruzamento preciso de Pedri e o bloqueio de João Mário que impediu o remate de Félix acertar no alvo. 

Golo cá, golo lá

Parece ter sido o despertador dos dragões que começaram a segurar a posse e a construir no meio-campo adversário, criando uma ou outra aproximação perigosa, além da aposta clara na pressão alta forçando erros a Iñaki Peña. Aos 27 minutos, João Mário levantou para a área, Evanilson desviou para a pequena área e Taremi desviou para o golo, mas estava em posição adiantada.

Era o melhor momento dos azuis e brancos no encontro e seria rapidamente recompensado. Aos 30 minutos, em ataque rápido pela esquerda, Galeno fletiu para o meio e deixou em Taremi, cuja tentativa esbarrou na muralha defensiva e voltou para o brasileiro rematar para uma grande defesa de Peña e, na recarga, Pepê foi mais rápido a reagir inaugurou o marcador.

No entanto, foi sol de pouca dura na noite catalã. Na resposta, Pedri abriu no flanco esquerdo para Cancelo, o português encarou João Mário e deixou-o nas covas antes de, já dentro de área, rematar em arco de pé direito, para fora do alcance de Diogo Costa. Um grande golo do jogador formado no Benfica.

Ode ao desperdício

O lateral português parece ter dado asas à criatividade culé, logo de seguida, Raphinha trabalhou bem sobre Fábio Cardoso, ofereceu o golo a Félix na pequena área que, de forma incrível, desperdiçou ao rematar por cima da trave. O empate fez abanar o castelo de cartas da retaguarda portista, que só não foi abaixo porque Pedri e Raphinha voltaram a perdoar o imperdoável depois de uma oferta de Diogo Costa. O remate do espanhol foi bloqueado e sobrou para o ex-Sporting e Vitória de Guimarães que, com mais um toque aqui e um jeito ali, acabou por atirar a milímetros do poste.

Mas seria o FC Porto a fechar a primeira parte por cima, em nova jogada muito bem construída sobre a esquerda e já dentro da grande área. Dentro de uma cabine telefónica, Alan Varela simulou e rematou colocado para uma excelente estirada de Iñaki Peña, que começou a justificar mais minutos entre os postes.

Sem alterações ao intervalo, Félix entrou com a corda toda... logo no reatamento aproveitou uma bola a pinchar para fuzilar à trave, no minuto seguinte rematou ao lado após bom trabalho de Cancelo, antes de o lateral subir à área para acertar na figura de Diogo Costa. Uma entrada avassaladora do Barcelona em apenas três minutos. 

A resposta dos portugueses surgiu num lance de muita passividade defensiva na grande área que acabou por se perder, antes de Pepê aparecer em zona promissora para o remate, mas optou por servir Taremi e Ronald Araújo leu bem, afastando o perigo.

Ligação Seixal-Barcelona

João Mário era o alvo visado pelo ataque do Barcelona e por um endiabrado João Cancelo. Pepê pressionava alto e deixa o campanheiro de equipa à mercê dos dois Joões blaugrana, o que acabou por acontecer com consequências fatais, aos 57 minutos. A jogada de combinação entre Félix e Cancelo terminou com o lateral na linha de fundo a cruzar para o desvio subtil na pequena área do avançado, assinando a reviravolta com um travo a Benfica.

O ritmo e intensidade abrandaram consideravelmente com o Barcelona a colocar o gelo e algumas paragens devido a dificuldades físicas. Jorge Sánchez acabou por render um desgastado João Mário. Ainda assim, o livro de Cancelo e Félix estavam abertos, o primeiro lançou o segundo com uma trivela fantástica, mas Lewandowski demorou demasiado tempo a armar o remate.

De ir aos píncaros

Entretanto Félix saiu - substituído por Ferran Torres -, mas a noite pertencia mesmo a João Cancelo que ficou a centímetros de repetir o golaço da primeira parte. Na outra área, Pepê e Taremi viram-se sozinhos perante Peña, mas a atrapalhação do brasileiro com a baliza aberta levou os adeptos portistas aos píncaros. Uma caricatura perfeita do desperdício neste encontro.

Na resposta, Raphinha voltou a perder o duelo com Diogo Costa e, na recarga, Ferrán Torres ficou muito perto de colocar a bola onde a coruja dorme. Entretanto, Nico González e Francisco Conceição entraram para os lugares de Eustáquio e Evanilson, mas continuou a ser o Barcelona a criar mais perigo e com o duelo entre Raphinha e Diogo Costa a conhecer novos episódios. O brasileiro tentou de pontapé de bicicleta, após passe delicioso de Gundogan, mas os reflexos do internacional português voltaram a levar a melhor.

Ainda assim, pertenceu a Francisco Conceição a última oportunidade do encontro, numa transição rápida e servido por Taremi em zona frontal, só que o remate de pé direito foi direito às mãos de Peña.

Homem do jogo Flashscore: João Cancelo (Barcelona).