A capitulação tardia do Bayern na primeira mão em Manchester significa que os germânicos precisam de recuperar de um défice de 3-0 para conseguirem chegar às meias-finais.
E o Bayern não só o tem de fazer diante da equipa em melhor forma da Europa, como também precisa de encontrar alguma forma de fazer os golos que faltam à frente de ataque em 2023.
A meio da segunda parte no Etihad, o Bayern, a perder por 1-0 depois de um fantástico remate de Rodri, estava adominar a posse de bola e tinha criado várias oportunidades de golo, mas não conseguiu converter nenhuma.
Depois, num período de seis minutos, o brutalmente eficiente Haaland mostrou o que faltava ao Bayern no ataque, ao assistir Bernardo Silva antes dele próprio marcar e colocar o City na rota das meias-finais.
Enquanto a enxurrada de Haaland arrumou provavelmente as esperanças do Bayern, as sementes destas dificuldades foram plantadas no final da época passada, quando os campeões alemães tentaram e não conseguiram contratar o norueguês.
"Quão bom é Haaland?"
O diretor desportivo do Bayern, Hasan Salihamidzic, não estava sozinho no desejo de contratar Haaland, mas a tentativa de sedução ao norueguês deixou alguns narizes torcidos, particulamente o do avançado Robert Lewandowski.
Em 2021, surgiu um clipe de Salihamidzic na linha lateral durante um Bayern-Dortmund, a fala com um treinador adjunto depois de Haaland marcar dois golos em sete minutos.
"Quão bom é Haaland? Ele é uma máquina. Vou telefonar ao seu agente amanhã".
Nesse jogo, Haaland deu ao Dortmund uma vantagem de 0-2, mas o Bayern respondeu e acabou por ganhar por 4-2... graças a um hat-trick de Lewandowski.
O Bayern estava disposto a mandar pelo ar a folha salarial cuidadosamente construída para conseguir garantir o noruguês no verão de 2022.
A comitiva de Lewandowski disse que o avançado se sentiu desprezado pelo fracasso do clube alemão em oferecer-lhe um acordo de longo prazo, com o Bayern aparentemente distraído na perseguição a Haaland.
Lewandowski tinha marcado mais de 40 golos pelo Bayern em sete épocas consecutivas, totalizando 344 golos em 375 jogos.
No final, o olhar ambicioso do Bayern custou-lhes Haaland e Lewandowski
Haaland - que mais tarde disse "sentir pena" de Lewandowski, classificando a atitude do Bayern de "desrespeitosa" - acabaria mesmo por deixar a Bundesliga.
Depois de Lewandowski ter assinado com o Barcelona, o então treinador do Bayern Julian Nagelsmann procurou espalhar os golos do atacante polaco por uma frente de ataque dinâmica.
Enquanto a abordagem teve efeito imediato - o Bayern marcou 26 golos nos seis primeiros jogos competitivos em 2022/23 - a fonte de golos secou.
Nagelsmann voltou a apostar no ponta de lança Eric Maxim Choupo-Moting, que mais uma vez deu ao Bayern um ponto de foco, uma vez que o "rejeitado pelo Stoke City" atingiu a melhor forma da carreira com 17 golos em 28 jogos.
No entanto, Choupo-Moting parece estar destinado a perder o encontro de quarta-feira com problemas nas costas.
14 golos em seis jogos
Apesar de um historial de golos apontados ao Bayern - Haaland tem seis golos e duas assistências em oito jogos contra os bávaros - a vitória de terça-feira por 3-0 foi o primeiro triunfo do avançado contra os campeões alemães. Perdeu todos os sete encontros que disputou com o Dortmund.
Desde que se mudou para o City, Haaland tem sido espetacular, uma autêntica anomalia que destrói todos os recordes no caminho, totalizando 47 golos em 40 partidas.
À entrada para o confronto de quarta-feira, o norueguês conseguiu de alguma forma aumentar a consistência, apontando uns quase impossíveis 14 golos em seis jogos.
Em contraste, o Bayern marcou apenas oito durante o mesmo período, quatro dos quais diante de um Dortmundo murcho.
Sadio Mane, a contratação de cartaz para esta época, não marca desde outubro e vai regressar à equipa depois de uma suspensão de um jogo por ter dado um murro a Leroy Sane após a derrota na primeira mão com o City.
Em vez disso, Serge Gnabry vai provavelmente ser a referência atacante, o mesmo Gnabry que disse em novembro que não se considerava um ponta de lança "mas que é melhor do que ficar no banco".