Reveja aqui as principais incidências da partida
Com vontade de resolver a eliminatória em casa, Luis Enrique colocou em campo uma equipa virada para a frente. Lucas Beraldo foi o sucessor natural de Lucas Hernández, Gonçalo Ramos foi escolhido como referência ofensiva, com Mbappé a derivar para a esquerda onde tanto gosta de atuar. Nuno Mendes e Vitinha também fizeram parte das escolhas iniciais, com Danilo Pereira no banco.
Quanto ao Dortmund, Edin Terzic apostou na mesma equipa da primeira mão que conseguiu controlar os parisienses no Signal Iduna Park.
A muralha amarela
Longe de uma equipa de topo do futebol europeu, o Dortmund tem talvez um dos estádios mais emblemáticos de todo o mundo. O Signal Iduna Park com a espantosa muralha amarela intimida qualquer rival, orgulha qualquer sócio dos Schwarzgelben e fascina qualquer adepto do futebol. É, sem dúvida, um 12.º jogador, também ele equipado com a camisola amarela.
Fora de casa, o Dortmund não goza desse incentivo extra vindo das bancadas, mas em Paris foram os próprios jogadores a montar uma muralha amarela. Liderados por Mats Hummels (que grande corte a negar o golo a Mbappé), a equipa aguentou estoicamente o cerco parisiense no primeiro tempo enquanto procurava ferir no contra-ataque e ficou perto disso, mas Donnarumma (35 minutos) opôs-se da melhor forma ao remate de Adeyemi.
O PSG entrou com todas as coordenadas táticas de uma equipa de Luis Enrique. A assumir as despesas caseiras, o conjunto parisiense tomou conta da posses de bola e entregou as chaves do ataque a Vitinha. O português é o navegador, com o mapa do caminho mais curto até à baliza e é por ele que passam todas as jogadas ofensivas.
E a equipa até dispôs de oportunidades, mas Kobel negou os remates a Mbappé e Vitinha, enquanto Gonçalo Ramos mostrou pontaria desafinada. Nos últimos sete jogos no Parque dos Príncipes, o PSG só conseguiu marcar na primeira parte de um. Neste não foi por falta de tentar.
A muralha de ferro
O segundo tempo começou frenético, contrastando um pouco com a ideia de um jogo mais pausado e organizado protagonizado pelo PSG no primeiro tempo. E foram os parisienses que ficaram mais perto de marcar, mas Zaire-Emery teve pontaria a mais e acertou no poste da baliza de Kobel, aquele que seria o empate na eliminatória.
Do outro lado, o Dortmund conseguiu concretizar o plano delineado. Corria o minuto 50, quando Schlotterbeck avançou com a bola e conseguiu ganhar um canto. Julian Brandt colocou a bola no quarto de círculo na esquerda, bateu para o segundo poste onde Hummels surgiu nas costas de Beraldo e colocou a bola no fundo das redes. O único sobrevivente da final de 2013 colocava o Dortmund a sonhar com nova decisão da Champions, prova onde não marcava desde 2018.
Em desvantagem (no jogo por 0-1, na eliminatória por 0-2), o PSG acionou o modo de urgência. Lançou-se para a frente, mas quando não encontrou a muralha amarela estava lá uma muralha de… ferro. Nuno Mendes ganhou espaço à entrada da área e disparou mas viu o poste negar-lhe a festa.
Se duas bolas aos ferro já pareciam azar, o que dizer de quatro? Em dois minutos seguidos, Mbappé (87 minutos) primeiro num lance confuso na área e Vitinha (88 minutos) com uma autêntica bomba conseguiram acertar na trave. Desesperava Luis Enrique no banco de suplentes, não parecia possível.
O apito final lançou a festa dos homens de amarelo. 11 anos depois, o Dortmund regressa a uma final da Liga dos Campeões, novamente em Londres. O PSG viu adiado o sonho europeu por mais uma época.