A lenda alemã só foi nomeada em fevereiro, mas a sua equipa sul-coreana não conseguiu vencer nos cinco jogos desde então, tendo perdido duas vezes e empatado três.

A última deceção foi um nulo com o País de Gales na semana passada, após o qual o capitão Son Heung-min saiu em defesa de Klinsmann, de 59 anos.

"Entendo a posição dos adeptos, pois sou alguém que está na seleção há muito tempo", disse o atacante do Tottenham aos repórteres em Cardiff: "Não estou a dizer que o treinador tem sempre razão, mas também não acho que os adeptos tenham sempre razão."

A Coreia do Sul chegou aos oitavos de final do Campeonato do Mundo do Catar antes de ser derrotada por 1-4 pelo Brasil, após o que o treinador Paulo Bento disse que não iria continuar.

A Federação Coreana de Futebol lançou uma longa busca pelo seu sucessor antes de se decidir por Klinsmann, um vencedor do Campeonato do Mundo como jogador, mas cuja carreira de treinador nunca atingiu o mesmo nível. Muitos adeptos sul-coreanos ficaram desiludidos com a nomeação e os desempenhos desde então só vieram aumentar essas dúvidas.

Klinsmann, cujo último trabalho como treinador foi uma curta passagem pelo Hertha Berlim há mais de três anos, começou com um empate em casa com a Colômbia (2-2), antes das derrotas caseiras com o Uruguai e o Peru.

Em seguida, houve um empate com El Salvador (1-1) e um empate sem golos com o País de Gales. O resultado e a falta de ritmo de jogo aumentaram a pressão sobre Klinsmann, ex-técnico dos Estados Unidos.

Apesar de contar com o melhor atacante da Ásia, o talismã Son, a Coreia do Sul fez apenas um remate enquadrado contra os galeses, que estão em 35.º lugar no ranking da FIFA.

De resto, a Coreia do Sul marcou quatro golos em cinco jogos sob o comando de Klinsmann, que foi um artilheiro prolífico quando jogador.

Negligente?

Mas é o que o ex-capitão e ex-treinador da Alemanha está a fazer fora de campo que também tem irritado os adeptos. As críticas sobem de tom por não ter cumprido a promessa de se mudar para o país, sendo que passa mais tempo em casa, na Califórnia, do que na Coreia do Sul.

As funções mediáticas de Klinsmann fora da Coreia do Sul também foram apontadas pelos críticos como mais uma prova de que ele não está suficientemente empenhado no cargo.

Choi Dong-ho, comentador e diretor do grupo de investigação Center for Sports Culture, afirmou que Klinsmann parecia "negligente".

"Considerando a sua limitada familiaridade com os jogadores coreanos, ele deveria pelo menos assistir pessoalmente a todos os jogos da K League em vez de ser 'informado' por outros treinadores enquanto está no estrangeiro", disse Choi.

Se perante a Arábia Saudita, que ocupa a 54.ª posição no ranking mundial, a Coreia do Sul, 28.ª na hierarquia mundial, não conseguir vencer, Klinsmann ficará em perigo de demissão depois de menos de sete meses no cargo.

"A aparente falta de urgência de Klinsmann face aos fracos desempenhos não agradou aos adeptos sul-coreanos, muitos dos quais já começaram a pedir a cabeça do tático alemão", afirmou a agência noticiosa Yonhap na segunda-feira.

Klinsmann insiste que a equipa está em transição e que o seu foco está na Taça Asiática, que se realiza no Catar em janeiro e fevereiro.

"Até que ponto estão preparados mentalmente para um grande torneio? Conseguem lidar com toda a pressão, todas as expectativas e todos esses elementos diferentes?" disse Klinsmann após o empate com o País de Gales: "É um processo de crescimento. E estou satisfeito com o que os jogadores mostraram, e vamos continuar crescendo jogo a jogo."