Análise: Uma questão turca para Roger Schmidt resolver no meio-campo

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Análise: Uma questão turca para Roger Schmidt resolver no meio-campo

A ausência de Orkun Kokçu tem levantado problemas a Roger Schmidt
A ausência de Orkun Kokçu tem levantado problemas a Roger SchmidtSL Benfica
O Benfica atravessa uma das fases mais complicadas desde que Roger Schmidt regressou no verão passado. A derrota na Liga dos Campeões e o empate com o Casa Pia expuseram algumas dificuldades que as águias atravessam nesta fase inicial da temporada e que se acentuam com a ausência de Orkun Kokçu.

A chegada de Roger Schmidt ao Benfica teve um sucesso estrondoso. Relativamente desconhecido do público português, o treinador alemão colocou os encarnados a jogar um futebol vibrante, assente numa filosofia de gegenpressing, cujo objetivo era recuperar o esférico o mais perto possível da baliza adversária e assim ficar mais perto do golo.

Se olharmos para o calendário de 2022/23 até final de outubro, em 20 jogos, o Benfica apenas em seis ocasiões é que marcou apenas um golo no jogo e só o Vitória de Guimarães foi capaz de anular completamente a avalanche ofensiva das águias. Um ano volvido, o cenário é diferente e nos 14 jogos já realizados, os encarnados ficaram em branco em três ocasiões e noutras três só marcaram um golo.

O empate com o Casa Pia, na nona jornada da Liga, ajuda a exemplificar as dificuldades sentidas pelo Benfica recentemente na hora de atacar a baliza. As estatísticas não deixam grandes margens para dúvidas sobre quem esteve por cima do jogo (15 remates, 70 por cento de posse de bola, 10 cantos), mas dominar nem sempre significa ganhar e um dos grandes problemas demonstrados pelas águias nesta partida verificou-se no meio-campo.

As principais ligações de João Neves e Florentino são aos laterais
As principais ligações de João Neves e Florentino são aos lateraisOpta by Stats Perform, SL Benfica

Frente aos gansos, o Benfica apresentou a sexta dupla de médios diferente. João Neves partilhou o meio-campo com Florentino Luís perante a ausência de Kokçu, com problemas físicos. E ambos denotaram uma dificuldade comum: fazer a equipa progredir através do passe.

Os passes de João Neves ante o Casa Pia
Os passes de João Neves ante o Casa PiaOpta by Stats Perform, SL Benfica

É inegável a qualidade defensiva dos dois internacionais sub-21 português (Florentino destaca-se pelo posicionamento, João Neves pela intensidade), mas na hora de passar a bola, ambos optam por soluções mais simples e os mapas de passes contam-nos uma história de muita basculação, mas poucos passes para o interior do bloco casapiano.

Os passes de Florentino ante o Casa Pia
Os passes de Florentino ante o Casa PiaOpta by Stats Perform, SL Benfica

oa mesmo aconteceu quando Aursnes dividiu o meio-campo com João Neves ante a Real Sociedad.

Os passes de Aursnes frente à Real Sociedad
Os passes de Aursnes frente à Real SociedadOpta by Stats Perform, SL Benfica

E quando Chiquinho esteve com Florentino Luís, diante do Estoril.

Os passes de Chiquinho contra o Estoril
Os passes de Chiquinho contra o EstorilOpta by Stats Perform, SL Benfica

Curiosamente, nos três jogos apresentados o Benfica ou ficou em branco, ou conseguiu apenas um golo. A grande diferença é que quando está presente Orkun Kokçu.

Contratado ao Feyenoord no início da temporada, o médio turco é o jogador diferenciador do meio-campo. E à semelhança do que Enzo Fernández fazia na primeira metade da época passada, é o único dos médios do Benfica que coloca a equipa mais perto da baliza através do passe, como demonstra o mapa do jogo com o Portimonense.

Os passes de Kokçu diante do Portimonense
Os passes de Kokçu diante do PortimonenseOpta by Stats Perform, SL Benfica
Kokçu (10) liga muito mais com Rafa (27) entrelinhas
Kokçu (10) liga muito mais com Rafa (27) entrelinhasOpta by Stats Perform, SL Benfica

Outra situação exemplificativa disso é a expulsão de Fábio Cardoso no clássico entre Benfica e FC Porto. O central vê-se obrigado a derrubar Neres após um passe vertical de Kokçu que fez toda a diferença.

Numa equipa como o Benfica, que vai muitas vezes ter a posse de bola e encostar os adversários ao meio-campo defensivo, ter um médio em jogo que ofereça estas soluções é primordial de romper dentro bloco contrário. E sem Kokçu, Roger Schmidt fica com um problema que dá cada vez mais dores de cabeça.