Com Francisco Moura e Jhonder Cádiz impedidos de ir a jogo, João Pedro Sousa fez duas alterações na equipa do Famalicão. Rúben Lima e Alex Dobre foram lançados no onze do conjunto minhoto.
No lado do FC Porto, Sérgio Conceição (muito apupado pela bancada central) fez regressar Marcano e Otávio, colocou Grujic no lugar de Uribe e foi Toni Martínez o escolhido para fazer companhia a Taremi na frente de ataque.

Chá da Pérsia
A tensão era latente em Famalicão. Além do facto de ser um jogo potencialmente decisivo para a luta pelo título, existia todo o contexto que envolveu uma eliminatória das meias-finais da Taça de Portugal emotiva, com golos no último minuto do prolongamento, festejos polémicos e acusações de insultos racistas.
Estavam misturados os ingredientes para um duelo quentinho, que começou a todo o gás, com Luiz Júnior a negar o remate de Eustaquio, após uma bela combinação que culminou com um passe de peito sublime de Toni Martínez dentro da área.
A tensão voltou a escalar aos seis minutos. Otávio foi derrubado na área por Ivo Rodrigues. Fábio Veríssimo apontou para a marca de penálti e viu a decisão validada pelo VAR. Chamado a converter, Taremi rematou para o meio e viu o guardião contrário defender. Contudo, Riccieli invadiu a área antes da bola sair dos pés do iraniano e o lance foi repetido, desta feita com resultado diferente. O FC Porto estava em vantagem aos seis minutos.
À passagem dos 10 minutos chegou um chá da Pérsia para acalmar as bancadas. Otávio isolou Taremi, o avançado contornou Luiz Júnior e colocou a bola nos fundos das redes. 18 golos, o topo da tabela de artilheiros da Liga e um calmante para as bancadas e para o FC Porto que estava a cumprir com o plano: vencer e evitar a festa do Benfica.
Fúria
Em vantagem no marcador e com uma pecha a aproveitar – Galeno surgiu várias vezes sozinho na esquerda contra Penetra, que sentiu dificuldades – o FC Porto parecia em total controlo do jogo. Contudo, o conjunto azul e branco parece ter desligado o interruptor.
Aos 34 minutos, numa jogada de insistência pela direita, Ivo Rodrigues cruzou com conta, peso e medida para a cabeça de Iván Jaime que colocou a bola no fundo das redes. Foi o primeiro sinal de alarme.
Já em tempo de compensação surgiu o segundo, Riccieli tocou uma bola ao primeiro poste e Pepê, na ânsia de cortar o lance, acertou com o pé em Otávio. Penálti assinalado e Colombatto empatou a partida aos 44 minutos. Acusado de insultos racistas por Pepe, o médio argentino teve um festejo emotivo, tirou a camisola e foi para as bancadas, ouvir o seu nome a ser gritado.
O marasmo tomava conta do FC Porto que aos 45+2 minutos não viu Pablo consumar uma reviravolta impressionante, porque Marcano e Diogo Costa conseguiriam recompor-se a tempo de uma falha de comunicação. Tudo isto após passe de Ivo Rodrigues que se impunha como o maestro.

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A mão de Zaydou
A segunda parte trouxe um FC Porto novamente intranquilo e um Famalicão a sentir que estava aqui a oportunidade de vingar a eliminação da Taça de Portugal. Iván Jaime deu o primeiro sinal de perigo e colocou em sentido os dragões.
Contudo, no melhor momento do Famalicão, Zaydou acabou por dar, literalmente, a mão ao FC Porto. Eustaquio rematou de fora da área e o médio francês evitou o remate com a mão direita, num lace que levou largos minutos a ser analisado no VAR. Tudo confirmado, Taremi (67 minutos) bateu a grande penálti, completando o terceiro hat-trick nesta edição da Liga, o segundo em nome dele (o outro foi de Trincão, do Sporting).
O golo permitiu ao FC Porto crescer e a ficar mais tranquilo aos 75 minutos, quando foi assinalado o terceiro castigo máximo da equipa. Desta feita, foi o VAR a alertar Fábio Veríssimo para um derrube de Otávio sobre Evanilson. O chefe da equipa de arbitragem foi ver as imagens, confirmou e Taremi aproveitou para fazer um póker. Centésimo golo do iraniano em Portugal, que se destaca na lista de melhores marcadores.

Até final, o FC Porto ainda teve mais um golo anulado a Galeno, por fora de jogo de Taremi. Foi um momento de frisson numa ponta final e jogo em que o Famalicão decaiu em termos de frescura física e exibicional e se mostrou incapaz de voltar a colocar Diogo Costa à prova, até ao final da partida que teve 13 minutos de compensação.
Com este resultado, o FC Porto segue no segundo lugar com 82 pontos, a um do líder Benfica. Já o Famalicão está no oitavo posto, com 43 pontos.

Homem do jogo Flashscore: Mehdi Taremi (FC Porto)
