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A poucos dias de receber o Sporting, em jogo da 11.ª jornada do campeonato, no domingo, a mudança de uma temporada para a outra são menos pontos, mas também a perda da liderança e um adversário muito mais forte.
A grande diferença a nível interno traduz-se nesses menos três pontos – derrota na primeira jornada em casa do Boavista (3-2) -, num percurso ainda abalado com o empate recente em casa diante do Casa Pia (1-1).

Um cenário, aliado a um Sporting mais forte e líder, que deixa o Benfica na segunda posição, num contexto diferente do vivido na última época à 10.ª jornada, em que estava na frente com mais seis pontos do que o FC Porto, e nove do que os leões (quartos).
Depois de um arranque inesperado, com o desaire no Bessa (3-2), num jogo reduzido a menos um, face à expulsão de Musa, aos 51 minutos, os campeões somaram sete vitórias consecutivas na Liga, até ao empate com o Casa Pia, na nona ronda.
Mas mais do que os números internos, a equipa do alemão Roger Schmidt tem assustado os adeptos, sobretudo em função de exibições muito distantes das demonstradas na época transata, em que chegou ao título.

De uma época para a outra, nas 10 jornadas, o Benfica não conseguiu resultados tão robustos, num registo plasmado nos golos marcados e sofridos: esta época com menos golos marcados e mais sofridos (21-8 em 2023/24 e 24-5 em 2022/23).
Exemplo são quatro das oito vitórias terem sido pela margem mínima, com Gil Vicente (3-2 fora), Vizela (2-1 fora), Estoril Praia (2-1 fora) e FC Porto (1-0 casa), embora com os dragões a dificuldade seja diferente, ainda que neste jogo as águias tenham jogado em superioridade numérica, a partir dos 19 minutos.
Em todo o caso, o contexto que tem afetado os campeões nacionais transcende os números internos – não tão assustadores -, e é visto, sobretudo, num prisma global, face aos desaires acumulados na Liga dos Campeões e a eliminação, à quarta jornada.
Se a última época mostrou um Benfica quase imparável, sem derrotas até dezembro, e com êxitos sucessivos na Champions, a atual tem mostrado o inimaginável percurso: quatro derrotas em quatro jogos, um golo marcado e sete sofridos.

Os desempenhos do Benfica na época têm, quase sempre, roçado o sofrível, numa equipa que parece longe de encontrar um sistema e órfã de algumas posições, nomeadamente nas laterais e na vaga de ponta de lança – com as saídas de Grimaldo e Gonçalo Ramos.
A salvar 2023/24 está a entrada fulgurante na época, com a conquista da Supertaça – diante do rival FC Porto (2-0) -, um troféu que parece pouco para as naturais ambições dos adeptos e do próprio clube.