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“São dois jogos seguidos, não há nada pelo meio e as sensações que ficam acabam por passar para o próximo jogo. Agora, dependerá de como é que os primeiros minutos vão decorrer. Se, por acaso, o Sporting estiver muito por cima e tiver algumas oportunidades, as sensações alteram-se logo. Agora, se o Benfica entrar da mesma forma como esteve neste último jogo, as sensações vão-se manter”, enquadrou à agência Lusa o ex-defesa direito, que se sagrou campeão nacional por leões, em 2001/02, e águias, em 2009/10.
O líder Sporting, com 68 pontos e menos um jogo, recebe o campeão nacional Benfica, segundo colocado, com 67, no sábado, a partir das 20:30, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, no dérbi da 28.ª jornada do campeonato, quatro dias depois da 30.ª qualificação verde e branca para a decisão da Taça de Portugal, fruto de uma igualdade 2-2 na Luz.
“A diferença pontual não é muita e este confronto direto é importante na eventualidade de ambos acabarem com os mesmos pontos. Não sei se é isso que irá acontecer, mas está tudo em aberto. Não me parece que este jogo vá decidir alguma coisa. Pode decidir caso o Sporting ganhe, pois cava um fosso muito grande, que dificilmente irá perder”, anteviu.
Luís Filipe, de 44 anos, acredita num desempenho diferente dos leões, que se deixaram empatar por duas vezes na Luz, mas seguraram a vantagem mínima trazida de Alvalade, onde tinham vencido por 2-1, para se superiorizarem por 4-3 no conjunto das duas mãos.
“Mesmo com um jogo menos conseguido em relação àquilo a que estamos habituados, o Sporting conseguiu atingir o seu objetivo. O facto de ter passado a eliminatória acaba por camuflar um pouco essa exibição. O (treinador) Rúben Amorim tem capacidade suficiente e os atletas já provaram que ultrapassam facilmente um jogo menos conseguido”, referiu.
Vencedor de uma dobradinha pelo clube leonino, no qual alinhou de 2001 a 2004, o ex-lateral concorda que os ajustes feitos por Rúben Amorim ao intervalo, ao lançar St. Juste, Geny Catamo e Matheus Reis, revolucionando o flanco direito, podem ter continuidade.
“É capaz que existam algumas alterações no onze inicial. Não direi que tenha a ver com esse facto de, no segundo tempo, St. Juste e Geny terem ajudado a criar por aquele lado os dois golos, mas porque é um jogo diferente e em casa. Tal como nos tem habituado, o Sporting faz mudanças de jogo para jogo e a equipa mantém sempre um nível muito alto. Vai depender muito da condição física e daquilo que o Rúben Amorim pretende”, vincou.
Se os leões vão encarar FC Porto ou Vitória SC no Jamor, tentando vencer a Taça de Portugal pela 18.ª vez, o Benfica falhou uma das metas da temporada, mas Luís Filipe admite que a última imagem pode catapultar o conjunto do alemão Roger Schmidt.
“Também parte em desvantagem na Liga e é importante virar a situação. Apesar de não ter passado a eliminatória, parece-me que o Roger Schmidt utilizará a mesma estratégia, até porque provavelmente este foi o melhor Benfica que vi durante a época”, sinalizou o vencedor de um campeonato e uma Taça da Liga pelos encarnados, entre 2007 e 2011.
Luís Filipe atribui “muito mérito próprio e algum demérito alheio” à forma como o Benfica anulou a construção baixa do Sporting, forçando-o a acumular “passes errados e lentos”.
“Uma característica que mudou face à época passada é a pressão. O Benfica tem muitas dificuldades quando essa primeira linha é ultrapassada, pois aqueles jogadores não têm características para recuperarem defensivamente. Agora, a qualidade está lá e pode ser que este jogo tenha dado essa confiança que lhes fugiu nos últimos tempos”, completou.