Recorde as principais incidências
Faltam poucos dias para acabar o ano 2023, mas ainda há tempo para primeiras vezes. A primeira titularidade de Tiago Gouveia no Estádio da Luz, por exemplo, ou o primeiro golo de Arthur Cabral na Liga Portugal. Tudo a dois dias do final do ano.
João Pedro Sousa procurava, também ele, ter uma primeira vez na sua carreira. O técnico do Famalicão nunca venceu o Benfica, mas esta sexta-feira a sua equipa também não conseguiu mostrar argumentos para bater os encarnados, apesar das ausências de Otamendi (castigado) e Di María, autorizado a apresentar-se apenas em 2024.
No meio de tantas coisas novas, também há coisas que não mudam. A tradição de 2023 na Luz, os golos falhados por Rafa, presentou os adeptos benfiquistas logo aos cinco minutos de jogo, numa jogada que tinha começado nos pés do motivado Tiago Gouveia.
O extremo viu um amarelo nos primeiros instantes, mas teve um nível artístico mais elevado sempre que apareceu no último terço. Deu coisas que Di María, aos 35 anos, já não pode dar. No fundo, é a lei de Darwin.
O Famalicão entrou com ambição, apresentou-se pressionante, jogou no meio-campo benfiquista e chegou a equilibrar a posse de bola, mas foi inconsequente. Do outro lado, João Neves, sempre ele, diferenciou-se do aniversariante Kokçu e criou quase sozinho a jogada do golo. Rafa, no jogo 200, mostrou que é melhor a oferecer golos do que a marcá-los e Arthur Cabral, com um só toque, festejou finalmente na Liga Portugal.
Às vezes, o melhor é não complicar.
A frase é também válida para o Famalicão, que depois da desvantagem cometeu alguns erros com bola (Otávio foi acumulando maus passes) e, apesar da boa vontade de Chiquinho, Gustavo Sá e Cádiz, ofereceu uma primeira parte tranquila a Trubin, elevado a herói depois das defesas realizadas em Braga.
Os guarda-redes também jogam (e muito!)
A segunda parte foi bem diferente, não só para o ucraniano do Benfica, mas também para o brasileiro do Famalicão. São dois dos melhores guarda-redes da Liga Portugal e isso ficou claro quando os adversários começaram a visar as balizas.
Trubin teve a missão de segurar a margem mínima. No fundo, estavam dois pontos nas mãos do ucraniano e o ex-Shakhtar teve sangue frio sempre que foi chamado a intervir. Chiquinho (59 minutos), muito pressionado por Tomás Araújo, deu o primeiro aviso: Trubin defendeu com a mão. Théo Fonseca (65 minutos) teve espaço para fazer o empate: Trubin segurou novamente o resultado.
Na outra baliza, Luiz Júnior não se ficou atrás. O Benfica teve mais volume ofensivo, criou situações distintas - cantos ensaiados ou ataques rápidos -, mas o brasileiro evitou os golos de João Neves (56 minutos) e Arthur Cabral (63 minutos).
Para os treinadores, mesmo para João Pedro Sousa, o jogo podia estar a entrar na pior fase, por estar tão partido, mas para quem via de fora a segunda parte era, indubitavelmente, mais interessante do que a primeira. Só mesmo os guarda-redes (e o poste, depois de um grande remate de Youssouf) seguravam aquela margem tão curta no marcador.
Gelar para aquecer
Tendo em conta a melhoria famalicense na segunda parte, perto do fim, só mesmo a lesão de Fredrik Aursnes, substituído pela primeira vez esta época, era uma má notícia para os encarnados.
As mexidas dos dois treinadores tiveram objetivos diferentes, mas Schmidt acabou mesmo por ganhar esse duelo. O Benfica passou a controlar melhor o jogo com a entrada de Florentino, apesar de alguns erros do internacional sub-21 português, ficou mais de 20 minutos sem rematar à baliza de Luiz Júnior, mas duas oportunidades bastaram para sentenciar a partida.
Rafa (85 minutos), assistido à futsal por Musa, fez o 2-0 e o croata voltou aos golos quatro minutos depois, com Rafa a devolver a assistência ao avançado, que finalizou de pé esquerdo para fazer o resultado final.
Um resultado pesado para o Famalicão.
Melhor jogador em campo Flashscore: Rafa (Benfica)
