Recorde as incidências da partida
Apesar de longínqua no tempo, a derrota frente ao Boavista no Bessa (3-2), a única das águias na primeira volta do campeonato, era como uma espinha encravada na garganta de Roger Schmidt, que, mais do que vingar o desaire da primeira jornada, queria novamente encurtar distância para o líder Sporting, depois da goleada dos leões em Vizela (2-5).
Perante um Boavista em evidente recuperação após viver numa autêntica montanha-russa nas 17 primeiras jornadas, o treinador germânico mudou apenas uma peça no onze habitual - Florentino ocupou o lugar de João Neves, que tinha terminado o encontro contra o Rio Ave em dificuldades físicas e esteve, por isso, em dúvida para o encontro com os axadrezados - e a equipa encarnada mostrou relativa facilidade para se superiorizar ao adversário desde a etapa inicial. Mas...
Muita parra, nenhuma uva
... falhou muito no último terço. O equilíbrio reinou nos primeiros cinco minutos, o tempo suficiente para o Benfica assumir uma postura mais agressiva (de forma positiva) no jogo, fazendo com que o bloco defensivo do Boavista recuasse e com isso começaram a surgir as primeiras oportunidades de golo.
Aos 13 minutos, Arthur Cabral desperdiçou uma ocasião flagrante na cara de golo, não conseguindo dar a melhor sequência a um cruzamento bem medido do lateral improvisado Morato pelo corredor esquerdo. O mesmo Morato, depois de Tiago Morais ter sido protagonista de um breve fogacho do ataque boavisteiro, não aproveitou o que no futebol muitas vezes se apresenta como um penálti em andamento.
Depois de alguns ressaltos, a bola acabou por cair nos pés do camisola 5, que não mostrou a melhor definição para alívio de João Gonçalves. O jovem guarda-redes do Boavista pouco poderia fazer se a bola seguisse o caminho da baliza.
Mais do que oportunidades, o domínio das águias traduziu-se também em... cantos. Em 30 minutos, 10 pontapés de canto a favor do conjunto liderado por Roger Schmidt. Mas não era isso que podia tirar o Benfica do nulo. Sem conseguir tirar proveito dos lances de bola parada, o campeão nacional foi tendo em Di María um elemento de maior desequilíbrio, com o argentino a obrigar João Gonçalves a esforços entre os postes, e em Arthur Cabral um elemento esforçado, mas em igual medida desenquadrado.
Uma boa dose de Di Magia
O intervalo chegou numa fase de alguma anarquia no jogo e terá sido importante para Roger Schmidt e Ricardo Paiva afinarem estratégias para a segunda parte. E podia ter começado muito mal para o emblema portuense, não fosse o golo de Di María, aos 46 minutos, invalidado por falta de João Mário momentos antes do remate certeiro do campeão do mundo.
O Boavista reagiu muito bem a essa entrada a todo o gás das águias e colocou o adversário da capital portuguesa em sentido, à passagem do minuto 54, altura em que Tiago Morais tirou proveito de um mau passe de António Silva e isolou Bozenik para um desperdício do goleador eslovaco na cara de Trubin. O camisola 9 acusou a proximidade de Otamendi e não conseguiu faturar.
O jogo seguiu para um momento frenético, de vai e vem, bola de um lado, bola no outro, e foi o campeão nacional que tirou o maior benefício ao alcançar o tão desejado golo. Aos 57 minutos, Rafa Silva ameaçou ao desviar de cabeça um cruzamento milimétrico de Morato pelo corredor esquerdo e, aos 62, Di María festejou pela segunda vez no encontro, desta vez a contar mesmo para fazer avançar o placard.
O 1-0 deu um natural conforto aos homens de Roger Schmidt, que até ao apito final mostraram sempre mais argumentos para dar volume ao resultado que sofrer o empate. E confirmou-se. O Benfica voltou a marcar, com Di María a servir Marcos Leonardo - segundo golo em dois jogos para o jovem avançado brasileiro -, aos 90+4, e os três pontos ficam na Luz. Deu ainda para David Neres regressar à competição depois de um longo período de ausência.
Com este triunfo, as águias seguem na peugada do líder Sporting, enquanto o Boavista volta a desacertar o passo.
Melhor em campo Flashscore: Di María (Benfica)
